
Mesmo sem a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro, a manifestação organizada neste domingo (3) na Avenida Paulista reuniu cerca de 37,6 mil apoiadores, segundo estimativa do grupo de pesquisa “Monitor do debate político” da USP, em parceria com o Cebrap e a ONG More in Common. O número é mais que o triplo do registrado na mobilização anterior de direita, em junho, e reforça o poder de mobilização do bolsonarismo, mesmo sob restrições.
Público expressivo e clima de campanha
Os manifestantes começaram a se concentrar por volta das 14h nas proximidades do MASP, e o pico de público foi registrado às 15h33. O ato terminou por volta das 16h. As pautas foram diversas: críticas ao Supremo Tribunal Federal, pedidos de anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro e apoio explícito ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A manifestação foi convocada pelo pastor Silas Malafaia e contou com a presença de diversas lideranças políticas, como o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e os deputados federais Sóstenes Cavalcante (PL), Nikolas Ferreira (PL) e Tomé Abduch (Republicanos).
Ausências de peso e foco na anistia
Entre as ausências mais sentidas, está a do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apontado como herdeiro político de Bolsonaro. Ele passou por um procedimento médico no domingo e, segundo sua assessoria, teve alta prevista para a noite. Também não compareceram outros nomes fortes da direita, como os governadores Ratinho Jr. (PR), Romeu Zema (MG) e Ronaldo Caiado (GO).
A ausência de Bolsonaro, que está em Brasília cumprindo medidas cautelares impostas pelo STF e usando tornozeleira eletrônica, não impediu que ele fosse o principal nome do ato. Faixas pedindo sua anistia e defendendo a liberdade dos presos do 8 de janeiro foram erguidas ao lado de cartazes com críticas ao ministro Alexandre de Moraes e ao presidente Lula.
O ato deste domingo não superou os maiores já registrados na Paulista. Em abril, logo após Bolsonaro virar réu, cerca de 44,9 mil pessoas compareceram. O recorde, porém, segue sendo o de fevereiro de 2024, com 185 mil pessoas, em resposta às investigações da Polícia Federal.
Ainda assim, a manifestação deste domingo confirma que, mesmo fora dos palanques e sem poder circular livremente, Bolsonaro continua sendo o centro gravitacional da direita brasileira.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/bolsonaro-reune-mais-de-37-mil-na-paulista-mesmo-sem-aparecer/