23 de setembro de 2024
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sinalizou nesta sexta-feira (14) que deve fechar as portas de seu partido para conversas com Pablo Marçal (PRTB). Após um almoço com o prefeito Ricardo Nunes (MDB), acompanhado de seu indicado para a vice, o coronel da reserva da PM, Mello Araújo, Bolsonaro reafirmou seu apoio ao emedebista.

A declaração ocorreu após uma pergunta sobre um encontro na Assembleia Legislativa de São Paulo entre deputados estaduais do PL e Marçal. “Mais quem?”, questionou Bolsonaro, após o nome de uma deputada presente ser mencionado. Ele afirmou que, apesar de estar impedido pela Justiça de falar com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, fará chegar a ele que o partido deve manter-se unido.

Quando questionado se se incomodava com o eventual uso de seu nome para que Marçal ganhasse votos, Bolsonaro respondeu que espera que seu nome seja usado apenas por candidatos de seu partido ou apoiados por ele.

“Eu não tenho como impedir isso daí. O Pablo Marçal me criticava muito até 2022. E quando ele perdeu a oportunidade de disputar a presidência, passou a me apoiar, esteve comigo algumas vezes”, disse Bolsonaro.

Ele mencionou ter tido uma conversa com Marçal, que tem procurado muitas pessoas. “Eu não vou impedir de conversar com ele, agora, apoio em si vamos estar alinhados”, sugerindo que o alinhamento se refere a Nunes. Ao final do encontro, Bolsonaro entregou uma medalha de “imorrível, incomível e imbrochável” ao prefeito e disse que a aliança com ele está em fase de noivado.

Nesta sexta-feira, ao lado de Bolsonaro, do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do coronel da reserva da PM Mello Araújo, indicado por eles para a vice de Nunes, o prefeito afirmou que se reunirá com os partidos de sua coligação na próxima semana para definir o escolhido para o posto. Nunes destacou que há “argumentos fortes” a favor do coronel da reserva.

Os quatro almoçaram na sede da prefeitura, sinalizando que Mello Araújo é o favorito para a vice de Nunes, que disputará a reeleição. Nos bastidores, a pré-campanha já reconhecia ao longo da semana que, com a pressão de Bolsonaro e Tarcísio, o ex-coronel se firmou como o principal nome.

Depois do encontro, os quatro falaram juntos à imprensa, e Nunes afirmou que há uma posição “muito forte” em torno de Mello Araújo. “Apoio do Bolsonaro, do Tarcísio, o maior partido. O Tarcísio possivelmente deve trazer o Republicanos nesse apoio. São argumentos fortes”.

Havia expectativa no meio político de que o prefeito anunciasse a indicação após o almoço. No entanto, Nunes afirmou que ainda é necessário conversar com os demais partidos da coligação. “Não teria sentido fazer uma imposição sem um diálogo, sem escutar deles e poder entender o porquê das indicações, quais são os argumentos”, disse.

Pablo Marçal apareceu bem colocado na última pesquisa Datafolha, dependendo do cenário, entre 7% e 9%. O coach, que evita rótulos entre esquerda e direita, diz ter crenças parecidas com Bolsonaro, de quem buscou apoio, e se declara conservador.

Marçal chegou a afirmar que não havia chance de Bolsonaro apoiar Nunes e que a pré-candidatura do prefeito estava desidratando. Posteriormente, voltou atrás e declarou que não espera ajuda do ex-presidente e que se encontrou com ele apenas para buscar conselhos.

Com informações da Folha de S. Paulo.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/bolsonaro-sinaliza-apoio-a-candidatura-de-ricardo-nunes-em-sp-e-indica-nome-de-coronel-da-reserva-da-pm-para-a-vice/