22 de março de 2025
Bolsonaro tentou convencer Eduardo a voltar, mas filho manteve decisão
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não concordou com a decisão do filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de permanecer nos Estados Unidos e tentou convencê-lo a retornar ao Brasil. Avisado da escolha no último fim de semana, Bolsonaro se emocionou ao conversar com o filho e argumentou que sua ausência poderia prejudicar a oposição e sua própria carreira política.

Mesmo diante dos apelos do pai e de aliados, Eduardo manteve sua decisão, informou a Folha de S.Paulo. Na quinta-feira (20), ele oficializou à Câmara seu pedido de licença por 120 dias, alegando temer que seu passaporte fosse apreendido e que pudesse ser preso. A decisão do deputado foi tomada no sábado (15), um dia antes do ato no Rio de Janeiro em favor da anistia dos condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro.

Temor de que candidatura ao Senado seja prejudicada

Além da pressão do pai, aliados do parlamentar alertaram que sua permanência nos EUA poderia ser interpretada como uma tentativa de fuga e comprometer sua candidatura ao Senado por São Paulo em 2026. No entanto, Eduardo sustentou que sua presença no exterior era mais vantajosa, pois poderia articular sanções contra o Supremo Tribunal Federal (STF) junto ao governo americano.

Em entrevista, o deputado afirmou ter discutido a situação com o pai e sua esposa, Heloísa. “Meu pai me respeita. Eu sempre serei filho dele, mas já tenho 40 anos, uma família, duas crianças. E falei: ‘Existe ou não existe a possibilidade de pegarem meu passaporte? Existe’”, justificou.

PGR foi contra apreensão de passaporte

Na mesma terça-feira (18) em que Eduardo comunicou sua decisão publicamente, a Procuradoria-Geral da República (PGR) deu parecer contrário à apreensão de seu passaporte, levando o ministro Alexandre de Moraes a arquivar o pedido. Para aliados, essa rápida resposta do STF reforçou a tese de que o Judiciário age politicamente e validou o discurso do deputado contra a Corte.

Ainda assim, o retorno de Eduardo segue indefinido. Enquanto alguns aliados acreditam que ele voltará ao fim da licença de quatro meses, outros cogitam que ele renuncie ao mandato e busque asilo nos EUA. A decisão foi mantida sob sigilo até mesmo de figuras próximas, mas parlamentares tentaram persuadi-lo a reassumir sua cadeira na Câmara e a presidência da Comissão de Relações Exteriores (Creden).

A saída de Eduardo da comissão surpreendeu até seu partido, o PL, que já considerava a Creden garantida. O posto acabou ficando com Filipe Barros (PL-PR), após pressões do STF e tentativas frustradas do governo Lula de bloquear a indicação.

Com informações de ICL Notícias

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Fonte: https://agendadopoder.com.br/bolsonaro-tentou-convencer-eduardo-a-voltar-mas-filho-manteve-decisao-de-ficar-nos-eua/