Ninguém vai parar a gente

“Fomos atingidos por uma perda irreparável: a de dois heróis que honraram, até o último instante, o compromisso com a sociedade e com a farda que vestiam.” Este é um trecho de uma manifestação do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro (Bope) publicado nas redes sociais junto a um vídeo. A publicação ocorreu nessa quarta-feira (30).

Durante a Operação Contenção, quatro policiais morreram. O Bope foi responsável por articular a estratégia conhecida como “muro do Bope”. Durante o combate, os policiais direcionaram os criminosos até a mata ao lado das favelas. As matas são conhecidas pela utilização como rota de fuga dos bandidos.

O secretário da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Marcelo Menezes, detalhou a estratégia: “Distribuímos as tropas pelo terreno. O diferencial, em relação às imagens que mostravam criminosos fortemente armados buscando refúgio na área de mata, foi a incursão dos agentes do Bope na parte mais alta da montanha que separa as duas comunidades. Essa ação criou o que chamamos de ‘muro do Bope’.”

Depois da operação, a população encontrou 63 corpos na mata, e os arrastou até as ruas do Rio de Janeiro. Ao todo, a operação terminou com 121 mortos e 113 presos.

Leia a manifestação do Bope na íntegra

“O BOPE vive um momento de profunda dor.
Em sua missão precípua de servir e proteger, fomos atingidos por uma perda irreparável: a de dois heróis que honraram, até o último instante, o compromisso com a sociedade e com a farda que vestiam.
Homens que lutaram por um ideal que poucos compreendem — o de entregar a própria vida em defesa do bem comum. Somente aqueles que acreditam verdadeiramente na missão de proteger os inocentes sabem o peso e a grandeza desse juramento.
Sabemos que nenhuma apreensão vale a vida de um irmão de armas. Mas também sabemos que nossa luta é pela paz de todos.
retiramos 66 fuzis das mãos de criminosos covardes e cruéis — indivíduos que não hesitam em espalhar o medo e a violência. Essa foi, sem dúvida, uma das maiores apreensões da história.
Choramos nossos irmãos com o coração dilacerado, mas com a consciência serena de que lutamos por um propósito maior.
Somos a última barreira entre o bem e o mal.
E mesmo feridos, permanecemos resilientes, firmes e unidos.
O BOPE seguirá mais forte do que nunca.
Pela memória dos que tombaram, pela honra dos que permanecem, e pela paz dos que protegemos.

NINGUÉM VAI PARAR A GENTE (sic.)”