
O ex-ministro Walter Braga Netto apresentou nesta quarta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) suas alegações finais na ação penal que investiga a chamada trama golpista. No documento, o general da reserva nega ter participado de qualquer articulação para tentar um golpe de Estado, afirma que o ministro Alexandre de Moraes é “parcial” e sustenta que as provas reunidas contra ele são “ilícitas”. A defesa pediu a absolvição de todos os cinco crimes imputados ao réu, incluindo tentativa de golpe, organização criminosa armada e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Os advogados argumentam que houve nulidades no processo, apontando suposta falta de competência do STF para julgar o caso e alegando cerceamento de defesa por não terem acesso a todos os documentos. Eles também solicitaram a anulação do acordo de colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid, afirmando que o delator foi coagido pela Polícia Federal e que sua confissão não teria sido voluntária.
Segundo a Procuradoria-Geral da República, Braga Netto teria participado de uma reunião, em novembro de 2022, em sua residência, para aprovar ações contra autoridades, incluindo o próprio Moraes. O delator Mauro Cid afirmou que recebeu do ex-ministro uma quantia em espécie, entregue numa sacola de vinho no Palácio da Alvorada, para financiar as operações. Braga Netto, porém, nega as acusações e diz que encontros em sua casa foram apenas visitas de cortesia.
A PGR já pediu a condenação dos oito réus do processo, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros ex-ministros. O julgamento deve ocorrer em setembro na Primeira Turma do STF, após o voto do relator Alexandre de Moraes.
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Fonte: https://agendadopoder.com.br/braga-netto-nega-plano-golpista-no-stf-e-acusa-moraes-de-parcialidade/