15 de março de 2025
Brasil oficializa adesão à Opep+ e gera críticas de ambientalistas
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O governo brasileiro decidiu ingressar na Opep+, grupo de países aliados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). O anúncio foi feito nesta terça-feira (18) pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, após reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

A Opep, criada em 1960, reúne 13 grandes produtores de petróleo, como Arábia Saudita, Irã e Venezuela. Já a Opep+ inclui países que não são membros plenos, mas colaboram em políticas internacionais do setor. Com a decisão, o Brasil passa a integrar esse grupo, participando das discussões estratégicas sobre a produção e o comércio de petróleo.

Segundo Silveira, a adesão ocorre em conjunto com a retomada da entrada do Brasil na Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena) e na Administração de Informação sobre Energia (EIA). O ministro minimizou as críticas à decisão e destacou que o país não deve se envergonhar de sua produção de petróleo. “É um fórum de discussão. Quero saber o que está por trás disso, de chamar de contradição participar de um espaço para debater transição energética”, afirmou.

Greenpeace diz que decisão é “sinal errado para o mundo”

A decisão gerou forte reação de ambientalistas, que veem a medida como um retrocesso na agenda climática. Camila Jardim, do Greenpeace Brasil, afirmou que a adesão à Opep+ envia um “sinal errado para o mundo”, especialmente às vésperas da COP 30, que será sediada pelo Brasil em 2025.

“Estamos enfrentando recordes sucessivos de temperatura e o Brasil, em vez de liderar a transição energética, busca integrar um cartel que controla a oferta de petróleo para sustentar preços lucrativos”, criticou Jardim.

Pablo Nava, especialista em transição energética da ONG, reforçou a crítica. “O Brasil não precisa da Opep+ para fortalecer sua política internacional. Poderia se aprofundar em fóruns que incentivam a economia de baixo carbono e a transição energética alinhada ao Acordo de Paris”, afirmou.

Silveira rebateu, dizendo que também se considera ambientalista e alfinetou os críticos: “Talvez me considere mais ambientalista que eles”, declarou.

Com informações do g1

Fonte: https://agendadopoder.com.br/brasil-oficializa-adesao-a-opep-e-gera-criticas-de-ambientalistas/