23 de novembro de 2024
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Em um contexto eleitoral marcado pelo pragmatismo partidário e pela influência do cenário político nacional, a presença feminina nas pré-candidaturas às prefeituras das capitais brasileiras ée baixa, representando apenas 1 em cada 5 postulantes.

De acordo com um levantamento realizado pela Folha, dos 172 pré-candidatos cotados para disputar as prefeituras nas capitais dos 26 estados, somente 37 são mulheres, equivalendo a apenas 20% do total.

Apesar dos incentivos da Justiça Eleitoral para promover maior diversidade de gênero nas candidaturas, o avanço feminino enfrenta obstáculos nas estruturas partidárias, pressões por anistias, disputas internas e negociações de alianças.

Embora a legislação determine que os partidos reservem ao menos 30% das candidaturas para mulheres e destinem o mesmo percentual do fundo eleitoral para financiar gastos de campanha feminina, existem brechas que possibilitam a destinação desses recursos para chapas com mulheres na posição de vice, além de casos de candidaturas “laranjas”.

O quadro se torna ainda mais desafiador diante de iniciativas como a PEC da Anistia, que flexibiliza as regras de fiscalização e transparência, fragilizando o cumprimento das cotas para mulheres e negros.

Nas eleições de 2020, apenas 12% dos prefeitos eleitos eram mulheres, evidenciando a persistente desigualdade de gênero na política brasileira. Entre as capitais, apenas uma mulher foi eleita prefeita: Cinthia Ribeiro (PSDB), em Palmas (TO).

A pouco mais de três meses das convenções, nove capitais têm exclusivamente homens entre os pré-candidatos à prefeitura, incluindo Rio de Janeiro e Salvador, enquanto Aracaju (SE) se destaca como a única capital com maioria feminina entre os pré-candidatos.

O Partido dos Trabalhadores (PT) é o que apresenta mais pré-candidaturas femininas, com destaque para nomes como Maria do Rosário (Porto Alegre), Aseiana Accorsi (Goiânia) e Camila Jara (Campo Grande).

No entanto, o desafio da representatividade feminina transcende as estruturas partidárias, enfrentando também questões como demandas do trabalho doméstico e violência política de gênero. Segundo pesquisa do Instituto Alziras, caso o ritmo atual se mantenha, a paridade de gênero na política brasileira só será alcançada em 144 anos.

Embora 11 das 26 capitais brasileiras já tenham sido governadas por prefeitas mulheres, apenas 4 delas tiveram ao menos duas mulheres no cargo: São Paulo, Fortaleza, Natal e Palmas.

Com informações da Folha de S.Paulo

Fonte: https://agendadopoder.com.br/caminho-a-percorrer-so-20-dos-pre-candidatos-a-prefeituras-em-capitais-sao-mulheres/