4 de julho de 2025
Carlos Bolsonaro afirma não viver numa democracia e critica apoio
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O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) voltou a atacar instituições nacionais e internacionais neste domingo, 25, em defesa do irmão, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), investigado por supostamente tentar obstruir investigações contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. As declarações foram feitas em postagem no X (antigo Twitter) e divulgadas pelo Estadão.

Carlos negou que Eduardo tenha cometido qualquer ilegalidade ao fazer campanha nos Estados Unidos contra decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e em defesa do pai, atualmente réu por tentativa de golpe de Estado. Ele comparou a atuação do irmão às iniciativas de figuras do PT, como Dilma Rousseff, Gleisi Hoffmann e Fernando Haddad, que, segundo ele, também atuaram internacionalmente enquanto Luiz Inácio Lula da Silva estava preso pela Lava Jato.

“Todos sabemos que não vivemos numa democracia e o que vale é o que o sistema quer”, escreveu Carlos Bolsonaro. “Pois caso contrário, vento que venta cá ventaria lá, mas todos de bom senso conhecem a zona proposital e como funciona isso aqui”, completou, insinuando haver parcialidade no tratamento dado às figuras políticas de direita.

O vereador também criticou o apoio de organizações internacionais a Lula durante o período de sua prisão. Mencionando diretamente a Anistia Internacional e o Comitê de Direitos Humanos da ONU, afirmou: “Os anjinhos de sempre”, em tom irônico.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao STF a abertura de inquérito contra Eduardo Bolsonaro, sob acusação de coordenar uma campanha internacional com o objetivo de intimidar autoridades brasileiras envolvidas em investigações contra bolsonaristas — entre elas membros do Supremo, da Polícia Federal e do Ministério Público. O caso está sob análise do ministro Alexandre de Moraes.

Desde fevereiro, Eduardo se licenciou do mandato e permanece nos Estados Unidos. De lá, tem se reunido com parlamentares republicanos e assessores do ex-presidente Donald Trump para tentar impulsionar ações contra o STF. Em declarações públicas, ele disse buscar “justas punições que Alexandre de Moraes e sua Gestapo da Polícia Federal merecem”.

Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, os atos de Eduardo podem configurar tentativa de obstrução de Justiça no processo penal que tem Jair Bolsonaro como réu, além de interferência no inquérito que investiga a disseminação de notícias falsas.

As manifestações de Carlos Bolsonaro reforçam a estratégia da família Bolsonaro de mobilizar apoio político internacional e de deslegitimar instituições nacionais que conduzem investigações contra o ex-presidente e seus aliados. A retórica de perseguição e a acusação de supressão democrática têm sido frequentes entre os membros do grupo político.

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Fonte: https://agendadopoder.com.br/carlos-bolsonaro-afirma-nao-viver-numa-democracia-e-critica-apoio-da-onu-a-lula/