16 de março de 2025
Castro afirma que não deixará Pampolha assumir: “A não ser
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No segundo mandato e de olho na disputa de 2026, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), afirmou que qualquer movimentação da direita deve ter a participação de Jair Bolsonaro (PL), seja no âmbito nacional ou estadual. “Não há eleição no Rio que não passe pelo presidente Bolsonaro”, enfatizou em entrevista ao Valor.

O governador afirmou categoricamente que Thiago Pampolha não assumirá o governo do estado e que só será candidato ao senado se o vice também deixar o posto para se candidatar a deputado federal ou estadual. Neste caso, Bacellar assume o Palácio Guanabara e será candidato à reeleição.

“Pampolha não será governador. A não ser que eu infarte e morra [risos]. Espero que não aconteça. Mas ele não será governador.

Para a sucessão estadual, Castro aposta no presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), como principal nome para enfrentar Eduardo Paes (PSD), a quem classifica como “gigante político”. A declaração surpreende, já que ambos protagonizaram embates acirrados na última eleição municipal.

“O meu [candidato] predileto e o predileto da política do Rio é o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar. Ele conseguiu reeleição unânime à presidência da Alerj. Foi a primeira vez na história, nem figuras como Sérgio Cabral ou Jorge Picciani conseguiram isso. É uma força, não dá para negar”, afirmou

Conflitos internos e disputa pelo governo

Castro também mandou recados ao seu vice, Thiago Pampolha (MDB), que pretende disputar o governo do Estado. Políticos rompidos desde 2023, o governador descarta a possibilidade de Pampolha assumir seu posto.

“Pampolha não será governador. A não ser que eu infarte e morra [risos]. Espero que não aconteça. Mas ele não será governador.

Então o senhor não será candidato ao Senado?

“Se ele não sair [do governo], não. Precisa sair ou para ser candidato a deputado federal, ou estadual, ou algum outro cargo”, respondeu

Os senhores conversaram sobre o tema?

Na nossa última conversa, falei que jamais pediria para ele sair. Ele foi eleito assim como eu, e seria antiético pedir para ele sair. Mas ele tem que olhar o projeto político dele. A migração partidária dele [do União Brasil para o MDB] fez ele passar a ser o protagonista do processo político dele.

Castro ainda trabalha com a hipótese de que Bolsonaro, atualmente inelegível, possa disputar a Presidência da República. Caso contrário, reafirma que a decisão sobre o candidato caberá ao ex-presidente: “Se não for ele, será quem ele indicar”.

No contexto estadual, Castro também defende que Bolsonaro tenha papel central na escolha do candidato da direita ao governo do Rio. No entanto, ele criticou a estratégia adotada pelo ex-presidente nas eleições municipais de 2024, considerando “um erro terrível” a indicação do deputado federal Alexandre Ramagem (PL) para disputar a prefeitura carioca. “Ramagem não teve nem a lealdade de reconhecer o que foi feito por ele”, declarou o governador.

PRINCIPAIS TRECHOS DA ENTREVISTA

Críticas ao governo Lula e desafios fiscais

O governador também fez críticas contundentes ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apontando problemas na segurança pública, diplomacia e gestão financeira. Ele condenou os vetos presidenciais ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), chamando a decisão de “antidemocrática” e prejudicial ao diálogo federativo.

Sobre a crise financeira do Rio, Castro reconhece um déficit previsto de R$ 14,6 bilhões para 2025 e defende a revisão de incentivos fiscais como solução para aumentar a arrecadação estadual. Ele também destacou que a segurança pública tem sido um desafio e um fator determinante para sua baixa aprovação nas pesquisas, apesar do investimento de R$ 16 bilhões no setor em 2024.

Segurança pública e perspectivas para o futuro

Mesmo com altos investimentos, os índices de criminalidade apresentaram piora em 2024 e nos primeiros meses de 2025. “O cidadão comum não quer saber se reformei batalhões e delegacias, ele quer sentir segurança no dia a dia”, afirmou. Castro defende mudanças legislativas e uma gestão mais integrada entre os entes federativos como soluções para o problema.

Ao avaliar o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, Castro destacou sua boa intenção, mas disse que falta sintonia com o governo estadual. Ele também criticou o chanceler Mauro Vieira, chamando-o de “fraco” e argumentando que o Brasil precisa de uma diplomacia mais ativa no combate ao tráfico de armas.

Eleição de 2026

Para 2026, Castro reforça sua preferência por Rodrigo Bacellar como candidato da direita ao governo do Rio. Questionado sobre uma possível candidatura ao Senado, afirmou que só entrará na disputa se Pampolha não assumir o governo interinamente.

Ao avaliar sua gestão, Castro afirma que os avanços em infraestrutura, modernização e investimentos o colocam entre os governadores mais eficientes do país. “Mas no Rio, a pauta principal é a segurança pública”, concluiu.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/castro-afirma-que-nao-deixara-pampolha-assumir-a-nao-ser-que-eu-infarte-ou-morra/