Castro recua no apoio a Bacellar e diz que só vai tratar de sucessão ano que vem – Agenda do Poder

A tensão dentro do campo bolsonarista no Rio de Janeiro teve um novo capítulo nesta terça-feira (5), quando o governador Cláudio Castro (PL) afirmou que não vai mais discutir nomes para a sucessão estadual neste momento. Em entrevista ao RJTV, Castro declarou que só vai tratar das eleições de 2026 no ano que vem, após o carnaval, marcando um recuo explícito no apoio a Rodrigo Bacellar (União Brasil), presidente da Assembleia Legislativa, que até então era apontado como seu pré-candidato ao governo do estado.

“Essa questão de candidatura, todas serão discutidas no ano que vem. Houve uma antecipação grande dessa discussão. E nós fizemos um acordo, tanto com o senador Flávio Bolsonaro, como com o PL, que só discutiríamos se vou sair ou não, quem será o nosso candidato ou não, no ano que vem, depois aí do carnaval”, disse o governador, repetindo o discurso do senador Flávio Bolsonaro (PL).

A fala acontece em meio ao desgaste gerado pela demissão de Washington Reis (MDB), que ocupava cargo no governo estadual. A exoneração foi assinada por Bacellar enquanto exercia o cargo de governador interino, na ausência de Castro — e sem sua autorização. A medida irritou Flávio Bolsonaro, que pediu a anulação da demissão. Castro, no entanto, optou por manter o afastamento de Reis, o que intensificou a crise com Bacellar.

O atrito foi suficiente para que o ex-presidente Jair Bolsonaro declarasse publicamente que não apoiaria mais nem Bacellar nem Castro em 2026. Para contornar o impasse, Castro correu para Brasília, onde se reuniu com Flávio e, dias depois, participou de uma manifestação pró-Bolsonaro em Copacabana. O gesto agradou a família Bolsonaro, que voltou a sinalizar apoio à candidatura do governador ao Senado. Já Bacellar, segundo fontes do grupo, teria sido deixado de lado.

Com isso, a aliança entre Castro e Bacellar parece ter chegado ao fim, e o campo conservador fluminense entra em compasso de espera, sem um nome definido para disputar o governo do Rio em 2026. A crise expõe os bastidores tensos da direita no estado e mostra que, no tabuleiro político do Rio, alianças podem ruir da noite para o dia.