Célia Jordão deixa a CCJ da Alerj em meio a articulações por terceira via no Rio – Agenda do Poder

A deputada estadual Célia Jordão (PL) não integra mais a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A substituição foi oficializada em edição extra do Diário Oficial desta quarta-feira (30), que designa o deputado Alexandre Knoploch (PL) como novo integrante do colegiado.

A mudança ocorre poucos dias após a participação de Célia em um encontro político realizado em Macaé, no início da semana, que reuniu nomes influentes da política fluminense.

Entre os presentes estavam os prefeitos Welberth Rezende (Cidadania), de Macaé, e Wladimir Garotinho (PP), de Campos dos Goytacazes; os ex-prefeitos André Português (PL), de Miguel Pereira, e Fernando Jordão (MDB), de Angra dos Reis, que é casado com a deputada.

Também compareceram ao encontro o deputado estadual Rosenverg Reis (MDB), o pré-candidato a deputado federal Márcio Rezende (MDB) e o ex-secretário estadual de Transportes Washington Reis, atual presidente regional do MDB.

O grupo tem discutido a construção de uma terceira via para a disputa ao governo do Estado em 2026. A intenção, segundo relatos de bastidores, é não apoiar nem o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), nem o atual presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil), que já movimentam suas pré-candidaturas.

De saída do PL

Nos bastidores, a substituição de Célia Jordão da CCJ é interpretada como reflexo de um distanciamento político dentro do PL. Um integrante da base governista afirmou que a deputada tem feito movimentos considerados “anti-Bacellar e anti-Bolsonaro”, o que vem causando desconforto entre aliados.

Especula-se ainda sobre uma possível saída do próprio PL. A parlamentar estaria em processo de aproximação com o MDB, partido que Fernando Jordão acabou de se filiar.

A CCJ é considerada uma das comissões mais estratégicas do Legislativo fluminense, por onde tramitam os principais projetos antes de seguirem para votação em plenário. A substituição de membros do colegiado é prerrogativa das lideranças partidárias, mas, em contextos políticos mais amplos, costuma refletir realinhamentos internos e disputas de poder.

A Agenda do Poder tentou um contato com a deputado, mas ela não foi localizada. O espaço no portal segue aberto para manifestação.