A Controladoria-Geral da União (CGU) contestou a metodologia do Índice de Percepção da Corrupção (IPC), publicado pela Transparência Internacional (TI), e alertou para possíveis distorções na avaliação do Brasil. Em nota oficial, o órgão ressaltou que o IPC mede a percepção sobre a corrupção e não sua ocorrência real, recomendando cautela na interpretação dos resultados.
A CGU destacou que o próprio relatório da TI admite que variações consideradas “sutis” ou “estatisticamente irrelevantes” não devem ser supervalorizadas. Além disso, criticou o fato de países que adotam medidas rigorosas contra a corrupção, como investigações e punições, serem penalizados no ranking, já que isso pode aumentar a percepção do problema. “O combate à corrupção não pode ser tratado como um fator negativo para a avaliação de um país”, pontuou o órgão.
Governo contesta amostragem da pesquisa
Outro ponto levantado foi o uso do IPC como base para debates públicos sem análise aprofundada, o que, segundo a CGU, pode alimentar narrativas distorcidas e prejudicar a confiança nas instituições. A Controladoria também questionou a amostragem do índice, que se baseia em pesquisas com grupos específicos, como empresários, e não reflete necessariamente a percepção da população. Além disso, mencionou que eventos citados como negativos para o Brasil ocorreram após a coleta de dados, o que compromete a coerência da análise.
A CGU enfatizou que avanços concretos na transparência e no combate à corrupção não foram reconhecidos pelo IPC. Entre eles, a ampliação do Portal da Transparência, melhorias na rastreabilidade de emendas parlamentares e o lançamento do Plano de Integridade e Combate à Corrupção 2025-2027, que prevê 260 ações estratégicas. Em 2024, o órgão também bateu recorde de operações contra a corrupção, totalizando 47 ações.
Compromisso com governança democrática é prioridade, diz CGU
O Brasil ainda retoma protagonismo na agenda de transparência global, sendo sede da COP 30 e fortalecendo sua participação na Parceria para Governo Aberto (OGP). Para a CGU, esses avanços demonstram um compromisso sólido com a governança democrática, mas não são adequadamente mensurados pelo IPC.
Por fim, a CGU reafirmou seu compromisso com a transparência e a integridade na administração pública, defendendo um debate mais técnico e fundamentado sobre os critérios usados para avaliar a corrupção no Brasil e no mundo.
Com informações de Brasil 247
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Fonte: https://agendadopoder.com.br/cgu-contesta-indice-de-percepcao-da-corrupcao-e-defende-analise-mais-tecnica/