8 de julho de 2025
Com 62% dos votos, Quaquá elege Diego Zeidan para presidência
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O grupo político liderado pelo prefeito de Maricá,  Washington Quaquá,  saiu consagrado nas eleições internas do Partido dos Trabalhadores (PT), o PED, no Rio, derrotando num só movimento todas as demais forças partidárias agrupadas em torno do deputado federal Reimont. Na oposição, estavam, entre outros, os deputados federais Lindberg Farias e Benedita da Silva e o ex-presidente da Alerj, André Ceciliano.

O secretário municipal de Habitação do Rio e filho do prefeito de Maricá, Diego Zeidan, foi eleito presidente com 62,2% dos votos (38.301) contra 23.206 de Reimont (37,7). Votaram 61.507 filiados.

– Vencemos contra praticamente todas as figuras públicas do PT do RJ que se uniram contra nós. Mas vencida as eleições agora é reorganizar o PT e mostrar que nossa vitória reflete a necessidade de mudar as pautas, a prática e valorizar o trabalho de base e de periferia do PT. O PT vai ser reoxigenar no Rio e ajudar o PT nacional a se reinventar. E a eleger o presidente Lula para o quarto mandato – comentou Quaquá após a totalização dos votos.

Barba, cabelo e bigode

Quaquá venceu também na capital.  Alberes Lima foi eleito presidente do diretório do Rio , com mais de 70% sobre Leonel de Esquerda. Tanto Diego quanto Alberes são ligados à corrente CNB (Construindo um Novo Brasil) e consolidam o domínio da ala de Maricá da legenda. Com a vitória, Quaquá passa a ter, sozinho, 53% das cadeiras da direção estadual do PT.

 Segundo a apuração, mais de 60 mil petistas estiveram presentes nos 150 locais de votação espalhados pelo estado — sendo 60 só na capital. Além de eleger os representantes do estado e município, os votos na cédula escolheram ainda a presidência nacional e a composição dos diretórios regionais.

Resultado confirma previsões

No território fluminense, o resultado confirmou a expectativa de vitória do grupo de Maricá. Desde o início, Zeidan era tratado nos bastidores como favorito, com expectativa de conquistar também a maioria das cadeiras no diretório estadual — órgão responsável por decisões estratégicas, como alianças e candidaturas. Não à toa: o filho de Quaquá, ao longo de toda a campanha, percorreu cidades do interior e mobilizou núcleos de base em todo o estado, caindo no gosto da composição de diferentes diretórios.

Nas redes, o novo presidente eleito já havia defendido um PT mais próximo da militância popular. “Eu subo a favela, converso com o povo, ando nas ruas, porque é assim que a gente constrói um partido forte e enraizado”, disse. Em um vídeo, que compartilhou junto ao post, pontuou: “O PT não pode falar só com a Zona Sul ou com a Praça São Salvador. Meu compromisso é com o povo trabalhador de todo o Rio de Janeiro”.

Ao longo da campanha, Zeidan  buscou se apresentar como o nome da renovação interna. Defendeu a ampliação da presença do partido nos territórios populares, visitou dezenas de municípios e coordenou uma ofensiva de filiações que, segundo aliados, foi fruto de um trabalho de base realizado desde o ano passado. O discurso era direto: retomar o contato com as periferias, com o interior e com os segmentos populares — e reconstruir a legenda a partir daí.

Mesmo o apoio de nomes históricos de lideranças tradicionais — que inclui os deputados federais Benedita da Silva e Lindbergh Farias, as estaduais Verônica Lima, Elika Takimoto e Marina do MST, além do ex-presidente da Alerj André Ceciliano — não foi o suficiente para o grupo de Reimont frear o avanço do grupo de Ququá.  

Votação no papel e atraso na apuração

A votação deste domingo ocorreu por meio de cédulas impressas, e não em urnas eletrônicas, como chegou a ser cogitado. A direção nacional do PT solicitou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a cessão dos equipamentos, mas o TSE repassou a decisão aos tribunais regionais. Diante da possibilidade de cada estado adotar critérios diferentes, o partido optou por manter o voto impresso em todo o país, como forma de padronizar o processo.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/com-62-dos-votos-quaqua-elege-diego-zeidan-para-presidencia-do-pt-no-rio-e-impoe-derrota-a-lindbergh-ceciliano-e-benedita/