
Após as sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro intensificam articulações para ampliar o cerco internacional ao magistrado. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o ex-apresentador Paulo Figueiredo articulam uma ofensiva diplomática na Europa para pedir medidas semelhantes às adotadas por Washington.
O plano, segundo Figueiredo, prevê visitas em setembro a países como Portugal, Espanha, Itália, Bélgica, Polônia e Hungria. “Pretendemos ir ao Parlamento Europeu e intensificar a pressão internacional”, declarou ele à Folha de S.Paulo. Ambos querem apresentar o que consideram “abusos de autoridade” de Moraes, especialmente no contexto das investigações relacionadas ao 8 de Janeiro e à suposta tentativa de golpe em 2022.
Eduardo, no entanto, ainda avalia se viajará. Em entrevista ao portal Metrópoles, disse temer uma eventual ordem internacional de prisão: “Só tenho que me assegurar que não serei mais uma vítima do Moraes e fazer as gestões para descobrir se a Interpol está ou não pedindo a minha prisão”.
Grupo europeu já pressiona por medidas contra Moraes
A iniciativa não ocorre de forma isolada. Parlamentares de direita e extrema direita do Parlamento Europeu já enviaram um pedido formal à chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, exigindo sanções contra Moraes e outros ministros do STF. As ações incluem congelamento de bens e restrições de viagem, sob a justificativa de que o magistrado violou direitos humanos e princípios democráticos.
O documento é liderado pelo eurodeputado polonês Dominik Tarczynski e conta com a assinatura de outros 15 parlamentares ligados aos grupos Reformistas e Conservadores Europeus (ECR) e Patriotas pela Europa, que abrigam políticos conservadores de diversos países.
O grupo também acusa Moraes de conduzir julgamentos baseados em “acusações infundadas” contra Jair Bolsonaro, a quem classificam como “grande inimigo político” do ministro.
Sanções dos EUA abriram caminho para nova ofensiva
O movimento ganhou força após o Departamento de Estado dos EUA proibir a entrada de Moraes no país e incluir o ministro na lista de sancionados pela Lei Magnitsky, usada para punir violações graves de direitos humanos. Entre as penalidades estão o congelamento de ativos em solo americano e a proibição de transações financeiras em dólar, inclusive com o uso de bandeiras como Mastercard e Visa.
Além de Moraes, a medida pode ser estendida à sua esposa, Viviane, e a outros ministros do STF. Os efeitos sobre transações em reais no Brasil ainda são analisados por instituições financeiras nacionais.
A União Europeia, embora não adote a Lei Magnitsky, possui mecanismos semelhantes. Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo avaliam que o momento é propício para influenciar decisões externas, especialmente após a repercussão política negativa das sanções norte-americanas no Brasil.
Por ora, segundo afirmam, o objetivo é trabalhar nos bastidores para ampliar a pressão internacional, enquanto monitoram possíveis reações do Supremo e do Congresso a temas como a proposta de anistia a bolsonaristas.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/com-apoio-de-aliados-na-europa-eduardo-bolsonaro-mira-nova-ofensiva-contra-moraes/