
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, convocou uma reunião emergencial com o comando da Polícia Militar após a ampla repercussão de casos recentes de violência policial na capital. O encontro, ocorrido no Palácio dos Bandeirantes, contou com a presença do comandante-geral da PM, coronel Cássio Araújo, do subcomandante-geral, José Augusto Coutinho, e do corregedor-geral da corporação, Silvio Hiroshi Oyama. O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, não participou por estar em Brasília.
A reunião foi motivada por dois episódios graves: o caso de um policial que jogou um homem de uma ponte na Zona Sul da capital, registrado em vídeo, e o de outro agente, fora de serviço, que matou um jovem com tiros pelas costas após um furto em um supermercado, também na Zona Sul.
A PM já afastou os envolvidos e instaurou inquéritos para investigar ambos os casos. No incidente da ponte, 13 policiais do 24° Batalhão, de Diadema, foram transferidos para funções administrativas na Corregedoria, medida incomum em situações desse tipo, onde geralmente os agentes continuam no próprio batalhão. Apenas o policial flagrado jogando o homem no córrego foi ouvido até o momento, e os demais envolvidos devem prestar depoimento nos próximos dias.
Os episódios intensificaram o debate sobre o uso da força pela polícia e colocaram pressão sobre o governo estadual e a corporação para agir com rigor nas investigações.
Tarcísio se manifestou sobre os dois casos em suas redes sociais. “Policial está na rua pra enfrentar o crime e pra fazer com que as pessoas se sintam seguras. Aquele que atira pelas costas, aquele que chega ao absurdo de jogar uma pessoa da ponte, evidentemente não está à altura de usar essa farda. Esses casos serão investigados e rigorosamente punidos. Além disso, outras providências serão tomadas em breve”, escreveu em uma publicação.
O secretário Guilherme Derrite também publicou uma nota afirmando que a ação será punida. “Anos de legado da PM não podem ser manchados por condutas antiprofissionais. Policial não atira pelas costas em um furto sem ameaça à vida e não arremessa ninguém pelo muro. Pelos bons policiais que não devem carregar fardo de irresponsabilidade de alguns, haverá severa punição”, escreveu.
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) classificou como “estarrecedoras e absolutamente inadmissíveis” as imagens que mostram o momento em que um policial militar joga um homem do alto de uma ponte. Em nota, o MP afirma que abrirá uma investigação para “punir exemplarmente os responsáveis por uma intervenção policial que está muito longe de tranquilizar a população”.
O estado de São Paulo vive uma escalada na letalidade policial na gestão de Tarcísio e registrou até novembro a morte de 673 pessoas, segundo dados do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), do MP-SP. O número é 46% maior do que as mortes decorrentes de intervenção policial registradas em todo o ano passado, um total de 460.
Com informações de O Globo.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/com-elevacao-das-criticas-ao-aumento-da-violencia-policial-tarcisio-convoca-comando-da-pm-de-sp-para-reuniao-de-emergencia/