O projeto de lei (PL) sobre o aborto perdeu força após uma reação intensa das ruas, com manifestações em diversas capitais do país. O presidente do Progressistas (PP), partido do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o compromisso da legenda com a bancada evangélica era apenas votar a urgência do PL, e não levá-lo ao plenário. O texto da proposta prevê uma pena maior para a interrupção da gravidez do que para o crime de estupro.
“Eles acharam que estava tudo dominado, que ia ser uma semana de impor vexame ao governo, erraram na dose, perderam a mão e conseguiram, sozinhos, acordar as ruas”, declarou a Daniela Lima, do g1, um dos líderes do governo Lula, peça central na articulação política do governo, sobre a estratégia da bancada evangélica e de Arthur Lira.
O senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do PP e uma das principais vozes do partido, enfatizou que nem ele, nem Lira, têm compromisso com o mérito da proposta. “O acordo, o gesto para a bancada evangélica, era apenas o de votar a urgência. Apenas isso. Não há qualquer acordo sobre o mérito (conteúdo) da proposta.”
A votação de urgência permite que projetos de lei sejam incluídos na pauta do plenário sem passar por comissões, o que normalmente acelera o processo, embora não seja obrigatório que o texto seja votado rapidamente.
A forte reação popular, que incluiu protestos de mulheres nas ruas e um intenso debate nas redes sociais, dividiu a bancada evangélica e líderes religiosos em todo o país. Declarações de pastores e outros líderes religiosos contra o PL ganharam as redes, revelando fraturas internas.
No grupo mais próximo a Arthur Lira, a avaliação é que o deputado Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ), um dos autores da proposta, pode ter garantido “umas três eleições” em seu nicho, mas expôs a oposição a um desgaste sem precedentes desde 8 de janeiro de 2023.
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