6 de agosto de 2025
Com prisão do pai, Eduardo Bolsonaro prepara nova viagem a
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Com o ex-presidente Jair Bolsonaro em prisão domiciliar em Brasília, deputado federal investigado e licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) prepara uma nova viagem a Washington para a próxima semana. Ele fugiu para os Estados Unidos alegando sofrer “perseguição política” no Brasil, já que sua família é investigada por vários crimes, incluindo tentativa de golpe de estado. Lá, ele tem participado de articulações com a extrema direita para que os EUA intervenham no Judiciário brasileiro — que não apenas julga a família Bolsonaro, mas também avalia a regulamentação das grandes big techs estadunidenses. A próxima agenda do filho 03 de Jair, segundo aliados, inclui articulações com parlamentares estadunidenses e representantes do setor financeiro para pressionar por novas sanções contra autoridades brasileiras.

Segundo informa o colunista Igor Gadelha, do portal Metrópoles, a viagem deve ser acompanhada pelo jornalista bolsonarista Paulo Figueiredo, que confirmou os planos à coluna e afirmou que a ida à capital estadunidense já estava marcada antes da prisão do ex-presidente, determinada na segunda-feira (4).

“Na semana que vem, Eduardo e eu voltaremos a Washington. Vamos reportar como estão as conversas políticas, de bastidores. Como que os bancos estão lidando com as sanções, o próprio Judiciário, etc.”, disse Figueiredo.

O jornalista destacou que o recente avanço das sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos tende a gerar novas reações dentro do campo bolsonarista, embora a tramitação dessas medidas envolva tempo e trâmites legais.

“Obviamente vai ter reação. Mas sanção não é assim. Exige documentação”, pontuou.

Sanções contra Moraes e impactos no sistema financeiro

Na última quarta-feira (30), o governo do ex-presidente Donald Trump anunciou a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. A legislação estadunidense prevê sanções a indivíduos acusados de violações de direitos humanos, e pode impactar a movimentação financeira de Moraes dentro e fora do Brasil. Especialistas e até mesmo o maior apoiador global da lei criticaram as sanções, dizendo que, neste caso, a lei não se aplica, já que Moraes não violou nenhum direito e atua na suprema corte de um país democrático.

A medida gerou forte repercussão entre instituições financeiras brasileiras, que acionaram a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e escritórios de advocacia internacionais para compreender os possíveis efeitos da decisão. Em uma análise preliminar, a avaliação de parte dos bancos é que as restrições se aplicariam apenas a movimentações no exterior. No entanto, essa leitura é contestada por integrantes do campo bolsonarista, que exigem uma interpretação mais ampla da sanção.

Além da punição a Moraes, Trump também assinou, no mesmo dia, uma ordem executiva impondo novas tarifas a produtos brasileiros. No entanto, o chamado “tarifaço” excluiu itens estratégicos da economia nacional, como suco de laranja, celulose e aeronaves civis.

A expectativa com a viagem de Eduardo Bolsonaro é que ele reforce o lobby conservador nos Estados Unidos por novas medidas contra autoridades do Judiciário e do governo brasileiro. A visita ocorre em meio à intensificação das tensões entre o Palácio do Planalto e a ala bolsonarista, após o agravamento da crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos.

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Fonte: https://agendadopoder.com.br/com-prisao-do-pai-eduardo-bolsonaro-prepara-nova-viagem-a-washington-para-discutir-sancoes-contra-autoridades-brasileiras/