A Comissão de Segurança da Câmara, de maioria bolsonarista e presidida pelo deputado Alberto Fraga (PL-DF), votará nesta terça-feira uma moção de aplausos ao empresário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), que ameaçou descumprir decisões judiciais no Brasil determinadas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.
O colegiado também votará uma moção de repúdio ao empresário Luís Cláudio Lula da Silva, filho do presidente Lula, que é alvo de acusações da médica Natália Schincariol, que registrou um boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher da Polícia Civil de São Paulo relatando ser vítima de agressões desde janeiro. Ele nega e diz que vai adotar as medidas judiciais cabíveis.
Na mesma ocasião, a Comissão de Segurança votará ainda a convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, para que preste esclarecimentos sobre uma suposta interferência na direção-geral da Polícia Federal no curso de um inquérito que apura a compra de respiradores no período em que era governador da Bahia. Em nota oficial, Rui Costa negou ter tratado “sobre a compra de respiradores ou de qualquer outro equipamento de saúde durante sua gestão”.
Musk e o STF
O bilionário Elon Musk decidiu usar a própria plataforma para atacar Moraes nesse fim de semana. O empresário pediu a renúncia do magistrado, contestou sua atuação e o chamou de “traidor” do povo e da Constituição brasileira. Além disso, Musk ameaçou remover restrições de perfis bloqueados pelo STF, fechar as operações da sua empresa no Brasil e a publicar todas as requisições judiciais enviadas à rede social pela Justiça.
Em resposta, Moraes determinou a abertura de uma investigação contra o empresário e uma multa diária de R$ 100 mil por perfil, caso plataforma desobedeça qualquer ordem judicial, dentro do inquérito que apura a existência de milícias digitais. Deputados bolsonaristas, então, passaram a se manifestar contra Moraes, que é autor de decisões que investigaram irregularidades associadas ao bolsonarismo, como por exemplo o suposto envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
Filho de Lula em foco
A Comissão de Segurança também vai votar uma possível moção de repúdio ao filho de Lula. Por determinação do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), o filho caçula do presidente deve manter distância da ex-mulher e deixar o apartamento em que vivia com ela. As medidas protetivas foram concedidas após pedido feito por Natália ao registrar a queixa contra Luís Cláudio.
O casal manteve um relacionamento por dois anos e meio — eles moraram juntos em boa parte deste período. Natália relatou à polícia que já chegou a ser agredida fisicamente com uma cotovelada na barriga durante uma briga, no final de janeiro. Ela disse, ainda, que é vítima de violência “verbal, psicológica e moral” que “têm se intensificado ao longo do tempo”.
Os episódios de violência, segundo Natália, incluem o afastamento “do trabalho por um mês devido ao trauma causado pelas agressões”, “ter sido hospitalizada com crises de ansiedade”, “receber ameaças e ofensas constantes (doente mental, vagabunda, louca)” e “ser manipulada e ameaçada para não denunciar as agressões, sob a alegação de que o agressor é filho do presidente e que possui influência para se safar das acusações”.
No registro da ocorrência, Natália afirmou que o filho caçula de Lula já disse que o pai iria defendê-lo em caso de denúncias. “Ninguém vai acreditar em você, eu tenho poder e você não tem nada”, teria dito, segundo Natália. As brigas teriam começado após traições por parte de Luís Cláudio
— Ele me agrediu com a cotovelada quando eu estava olhando o celular e fotografando as traições — afirmou Natália ao jornal GLOBO.
Em nota, a defesa de Luís Cláudio afirma que as declarações de Natália são “inverídicas” e “enquadráveis nos tipos de delitos de calúnia, injúria e difamação, além de responder por danos morais”.
Com informações do GLOBO.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/comissao-de-seguranca-da-camara-de-maioria-bolsonarista-deve-votar-apoio-a-musk-repudio-a-filho-de-lula-e-pode-convocar-rui-costa/