25 de setembro de 2025
Conselho de Ética deve escolher aliado do bolsonarismo para relatar
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O deputado Delegado Marcelo Freitas (União-MG) desponta como o provável relator do processo de cassação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no Conselho de Ética da Câmara. Parlamentar de linha bolsonarista, Freitas já declarou publicamente apoio à anistia ampla, geral e irrestrita e ao impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Ele foi um dos três sorteados para compor a lista de possíveis relatores, ao lado de Duda Salabert (PDT-MG) e Paulo Lemos (PSOL-AP). A escolha final será anunciada pelo presidente do Conselho de Ética, Fábio Schiochet (União-SC), que deve se pronunciar nesta sexta-feira (26).

Impasses na escolha

Segundo aliados de Schiochet, a exclusão de Paulo Lemos da disputa se deu pela ligação do deputado ao PSOL, partido historicamente opositor ao bolsonarismo. Já Duda Salabert perdeu força após a divulgação de um vídeo em que relatava ter sido alvo de ataques de Eduardo Bolsonaro no passado, o que levantou questionamentos sobre sua imparcialidade.

Em sua manifestação, Duda relembrou que o filho do ex-presidente compartilhou, anos atrás, discursos de ódio contra ela nas redes sociais. Segundo a deputada, a ofensiva de bolsonaristas culminou em sua demissão da escola em que lecionava.

Histórico de posicionamentos

Marcelo Freitas, por sua vez, tem trajetória marcada pelo apoio às pautas do bolsonarismo. Além de defender a anistia a investigados pelos atos golpistas, criticou supostos abusos do STF. Em relação ao julgamento de Jair Bolsonaro pela tentativa de golpe, classificou o processo como “de cartas marcadas” e demonstrou preocupação com a “parcialidade” da 1ª Turma.

Em outras ocasiões, também atacou a política econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mencionou dificuldades de interlocução do governo brasileiro com Donald Trump, sem, no entanto, citar diretamente Eduardo.

Representações contra Eduardo

O processo que deve ser relatado por Freitas é apenas um dos quatro que tramitam contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética. A representação em questão trata dos ataques do deputado ao STF e de suas ameaças às eleições de 2026.

Outras três denúncias se concentram em supostas tentativas do parlamentar de influenciar autoridades norte-americanas a aplicar sanções contra o Brasil. Schiochet já pediu à Mesa Diretora que os processos sejam apensados, o que exigiria um novo sorteio para a escolha de relator.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/conselho-de-etica-deve-escolher-aliado-do-bolsonarismo-para-relatar-caso-eduardo-bolsonaro/