Correligionário e um dos principais aliados de Jair Bolsonaro no Ceará, o deputado estadual Carmelo Neto (PL) não se incomodou em dividir o palanque com o ex-governador Ciro Gomes (PDT). No último fim de semana, em Juazeiro do Norte, ambos participaram do lançamento da candidatura do prefeito Glêdson Bezerra (Podemos) à reeleição, apoiado pelos dois.
— A pergunta sobre constrangimento deveria ser feita a ele. Eu estou no palanque onde sempre estive. Em 2020, ajudei a construir a campanha do prefeito Glêdson Bezerra em Juazeiro do Norte, quando saímos vitoriosos, derrotando o candidato do próprio Ciro — afirmou Neto, que também é presidente estadual do PL.
A presença de Ciro e de outras lideranças locais foi em apoio a Bezerra, que em 2022 declarou voto em Bolsonaro devido ao “desempenho do governo federal na condução da economia em meio à pandemia e à guerra na Ucrânia”. No ano anterior, Glêdson apareceu em uma foto com o então presidente.
Bezerra deve enfrentar como principal adversário o deputado estadual Fernando Santana (PT), que contará com o apoio do senador Cid Gomes, irmão de Ciro, com quem ele está rompido desde as eleições de 2022. Santana também terá a seu favor o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT).
— Em 2022, eu e Glêdson estivemos juntos em atos de campanha de Bolsonaro, e agora, em 2024, estamos juntos mais uma vez. Eu sempre estive do mesmo lado. O PT é um câncer para o Ceará, que tem aumentado a violência, os impostos, sucateado nossa saúde e endividado o estado. Tenho combatido e denunciado isso há anos, e agora o Ciro decidiu lutar contra também — disse Carmelo Neto.
A candidatura de Bezerra não será a única alinhada ao bolsonarismo a ser apoiada por Ciro Gomes, que foi ministro da Integração Nacional no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No Crato, onde participou do lançamento da candidatura de Dr. Aloísio (União), Ciro afirmou que o Ceará enfrentava uma “ditadura”, comentando sobre a acirrada disputa entre PT e PDT.
— O Ceará está sendo destruído pela incompetência, pela corrupção, pelo mandonismo. Há uma ditadura tentando se consolidar, tirando os direitos das pessoas de escolherem suas candidaturas. Tudo armado para que o novo ditador do Ceará não tenha sequer oposição, e tenho certeza de que o Cariri vai se levantar — discursou Ciro.
No estado, Ciro também tem criticado o ministro da Educação e ex-governador Camilo Santana (PT). Desde o rompimento da aliança entre PT e PDT no estado, Ciro classifica Santana como “traidor”.
Com informações de O Globo.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/correligionario-de-bolsonaro-no-ceara-diz-que-pergunta-sobre-constrangimento-deveria-ser-feita-a-ciro-gomes-estou-onde-sempre-estive/