8 de setembro de 2025
CPI das Câmeras determina condução coercitivas e cobra explicações de
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A CPI das Câmeras da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) se reuniu nesta segunda-feira (08) para uma nova rodada de oitivas com empresários e parlamentares. Logo na abertura do trabalho, o presidente do colegiado, Alexandre Knoploch (PL), determinou a condução coercitiva da empresária Carla Caldas, dona da Pontual, após a ausência dela na sessão.

Segundo Knoploch, na primeira vez em que esteve na comissão, Carla apresentou diversas inconsistências em seu depoimento. Também foi aprovada a condução coercitiva de Ronald Nazário da Silva, presidente da Mais Prime Clube de Benefícios, e de Hilário Balvedi, da Clube Unirque.

Os dois empresário também não atenderem a convocação da comissão. No caso de Balvedi, Knoploch informou que ele enviou uma e-mail dizendo que não poderia comparecer por estar doente. “Nós solicitamos o atestado médico sob pena de sofrer condução coercitiva. Só que ele fez uma postagem no Instagram, no último dia 06, numa festa de apresentação da filha”, revelou o deputado.

A comissão foi criada para investigar o uso de imagens de videomonitoramento em vias públicas por empresas privadas e órgãos públicos. O grupo também apura denúncias sobre pagamentos de resgates ao crime organizado em casos de veículos roubados, prática atribuída a cooperativas e associações do setor.

Denúncia de tentativa de suborno

O deputado Alan Lopes (PL) afirmou ainda que foi procurado por Rosenverg Reis (MDB) que teria relatado uma suposta movimentação de empresários para subornar integrantes da CPI. Lopes declarou que a informação envolvia um grupo de donos de seguradoras dispostos a levantar recursos para tentar interferir nos trabalhos da comissão.

“O deputado Roserverg Reis (MDB) me procurou para dizer que tem cooperativas se juntando para arrumar dinheiro achando que essa Casa vai aceitar propina. Estou na CPI das Transparência e nunca vi isso, e enfrentei aquele lixo do Detro. Foi bom o deputado falar isso, porque aqui se acham que isso vai acontecer estão enganados. Se alguém usar meu nome para isso será incriminado. Vamos identificar quem são essas pessoas denunciar a polícia”, afirmou Lopes.

A fala repercutiu de imediato entre os integrantes do colegiado. O deputado Filippe Poubel (PL) defendeu medidas mais duras diante da denúncia. “Quero propor inclusive que a Polícia Civil esteja presente porque prisões serão determinadas aqui. Não podemos aceitar essas suspeitas. Ninguém pode levantar suspeita. Vamos chamar para ouvi-lo e explicar o que aconteceu”, disse Poubel.

Empresária alvo de inconsistências

Carla também voltou a ser alvo de críticas dos parlamentares. De acordo com Lopes, o depoimento da empresária foi marcado por contradições. “Ela fez explicação bonita, dizendo que foi um sonho montar a empresa. Fatura 12 milhões por ano, mas ganha 3 mil por mês. Sempre justifica problema de saúde, mas não tem atestado”, afirmou o presidente da CPI.

Ele citou ligações empresariais da família de Carla e criticou o padrão de vida declarado. “Tem fotos passeando em Paris, na cobertura no apartamento no Recreio dos Bandeirantes. Tem que vir aqui para falar a verdade. Não tem otário aqui. Vamos levantar um a um”, completou.

Deputado poderá prestar esclarecimentos

Além de Carla Caldas, o deputado Rosenverg Reis será chamado para explicar pessoalmente o relato sobre suposta tentativa de suborno. Também estão sendo ouvidos representantes de seguradoras, empresas de proteção veicular e recuperadoras de veículos.

Ao todo, foram convocadas 54 entidades do setor, das quais 13 confirmaram presença. Alguns dos convocados já conseguiram habeas corpus prévios para evitar prisões durante a oitiva e para poder responder aos questionamentos sem risco de detenção.

A expectativa é que os trabalhos da CPI avancem sobre possíveis irregularidades no mercado de proteção veicular e na relação dessas empresas com práticas criminosas que afetam diretamente os consumidores e a segurança pública.

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Fonte: https://agendadopoder.com.br/cpi-das-cameras-determina-conducao-coercitiva-de-empresaria-e-cobra-explicacoes-de-deputado-na-alerj/