2 de setembro de 2025
CPMI do INSS aprova pedido de prisão preventiva de investigados
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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aprovou, nesta segunda-feira (1º), requerimento para prisão preventiva de 21 pessoas suspeitas de envolvimento no esquema de descontos indevidos contra aposentados e pensionistas revelado na operação Sem Desconto, realizada pela Polkícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), em abril.

O pedido, apresentado pelo relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), recebeu 26 votos favoráveis e nenhum contrário. A solicitação será encaminhada ao ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por decidir se autoriza ou não as prisões.

Segundo o relator, a medida se justifica diante dos “evidentes riscos à ordem pública, à conveniência da instrução criminal e à garantia de aplicação da lei penal”.

Nomes incluídos no pedido

Entre os alvos está o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. A lista completa de investigados é:

  • Andre Paulo Felix Fidelis
  • Eric Douglas Martins Fidelis
  • Cecilia Rodrigues Mota
  • Virgilio Antonio Ribeiro De Oliveira Filho
  • Thaisa Hoffmann Jonasson
  • Maria Paula Xavier Da Fonseca Oliveira
  • Alexandre Guimaraes
  • Antonio Carlos Camilo Antunes
  • Rubens Oliveira Costa
  • Romeu Carvalho Antunes
  • Domingos Savio De Castro
  • Milton Salvador De Almeida Junior
  • Adelinon Rodrigues Junior
  • Alessandro Antonio Stefanutto
  • Geovani Batista Spiecker
  • Reinaldo Carlos Barroso De Almeida
  • Vanderlei Barbosa Dos Santos
  • Jucimar Fonseca Da Silva
  • Philipe Roters Coutinho
  • Mauricio Camisotti
  • Marcio Alaor De Araujo

Origem do escândalo

O esquema foi revelado em dezembro de 2023, em série de reportagens do portal Metrópoles. As publicações mostraram que entidades aumentaram em bilhões a arrecadação com mensalidades de aposentados, mesmo respondendo a milhares de processos por fraudes em filiações.

As denúncias resultaram na abertura de inquérito pela Polícia Federal e em investigações da Controladoria-Geral da União (CGU). No total, 38 reportagens foram citadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril. A operação levou à queda do presidente do INSS e do então ministro da Previdência, Carlos Lupi.

Sessão e protestos

O pedido de prisão foi votado durante o depoimento do advogado Eli Cohen, um dos primeiros denunciantes do caso. A votação foi antecipada pelo presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), logo após as primeiras perguntas ao depoente.

Parlamentares da base governista protestaram contra o fato de o ex-ministro da Previdência e ex-presidente do INSS, Ahmed Mohamad Oliveira Andrade (à época chamado José Carlos Oliveira), não ter sido incluído entre os nomes indicados.

Clima tenso

Após a aprovação, houve um momento de tensão na comissão. A deputada Coronel Fernanda (PL-MT) comemorou o resultado, o que irritou a senadora Leila Barros (PDT-DF). As duas discutiram, se levantaram e chegaram a se encarar, sendo contidas por colegas para evitar confronto maior.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/cpmi-do-inss-aprova-pedido-de-prisao-preventiva-de-investigados-em-fraudes/