Felipe Amorim
O ex-prefeito do Rio, Marcelo Crivella, do Republicanos, admite a possibilidade de a PEC das Igrejas, que cria a imunidade tributária para templos religiosos, ser votada apenas em 2025 pela Câmara. O texto, que estava para ser votado no mês passado e chegou a ser previsto para esta semana, de autoria de Crivella, esbarra na resistência de os congressistas votarem temas prioritários, como o pacote de corte de gastos anunciado pelo Ministério da Fazenda e a reforma tributária, diante do impasse gerado pelo Supremo Tribunal Federal em relação às normas para transparência e liberação das emendas parlamentares.
Como a Câmara encerra os trabalhos legislativos na próxima semana, acredita-se que o esforço concentrado pode ser dedicado apenas aos temas econômicos prioritários pela Fazenda. Isto faria com que o ano terminasse sem as novas regras de tributação para os templos.
Crivella explica que o texto ainda encontra resistências do próprio ministro Fernando Haddad: “Eu espero mesmo que o Haddad não faça isto, não crie resistências, e seja votado em 2024. A situação das igrejas é muito difícil desde a pandemia. Não se pode acreditar na retórica do PSOL que diz que o projeto vai dar imunidade para que as igrejas comprem aviões. O texto não é sobre isso, é sobre taxações básicas sobre bens que ajudarão trabalhos sociais e cultos”, diz o ex-prefeito do Rio.
A PEC das Igrejas é considerada a principal pauta da bancada evangélica neste ano e conta com a simpatia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tenta ter o apoio desta fatia do eleitorado. O texto, que deveria ter sido sancionado até a semana santa, encontra resistências de parte dos governistas e também de uma ala do Ministério da Economia que é crítica às isenções contempladas.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/crivella-admite-que-pec-das-igrejas-pode-ficar-para-2025-diante-de-resistencia-de-haddad-e-impasses-entre-congresso-e-stf/
