78% veem Congresso atuando em causa própria e reprovação cresce – Agenda do Poder

A mais recente pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada nesta terça-feira (5), revela um cenário de crescente desconfiança da população em relação ao Congresso Nacional. Segundo o levantamento, 78% dos brasileiros acreditam que os parlamentares — deputados federais e senadores — atuam em defesa dos próprios interesses, enquanto apenas 18% avaliam que suas ações priorizam o bem da população. Outros 4% não souberam responder.

Além da percepção de distanciamento entre os interesses públicos e a atuação parlamentar, a reprovação formal do Congresso também aumentou. A avaliação “ruim” ou “péssima” subiu para 35%, um crescimento expressivo em comparação com março deste ano, quando os índices de aprovação e reprovação estavam praticamente empatados (22% e 23%, respectivamente).

Para 41% dos entrevistados, o desempenho do Legislativo é considerado “regular”, enquanto apenas 18% classificam como “ótimo” ou “bom”. Os 6% restantes não opinaram.

Percepção crítica também atinge Judiciário e Presidência

O descrédito institucional, segundo o Datafolha, não se restringe ao Congresso. A Justiça brasileira também foi alvo de críticas: 68% dos entrevistados acreditam que o Judiciário age com foco em seus próprios interesses. A Presidência da República, atualmente ocupada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também recebeu avaliação negativa nesse quesito — 59% enxergam uma atuação voltada mais ao interesse pessoal do que ao coletivo.

Contexto: melhora anterior perdeu força

A nova onda de insatisfação contrasta com a percepção mais positiva registrada em 2024, quando o Congresso obteve sua melhor avaliação desde 2003. À época, os esforços legislativos em pautas de impacto social e a relativa estabilidade política contribuíram para esse resultado. Contudo, a nova pesquisa mostra que esse cenário foi revertido em poucos meses.

Metodologia

A pesquisa foi realizada entre os dias 29 e 30 de julho de 2025, com 2.004 entrevistas em 130 municípios de todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.