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Leonardo Attuch*
O Brasil é um país de riquezas imensas, mas nem todos os seus cidadãos têm acesso ao desenvolvimento que essas riquezas podem proporcionar. Ao defender a exploração do petróleo na Margem Equatorial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que hoje chega a Macapá, ao lado dos senadores Davi Alcolumbre e Randolfe Rodrigues, não está apenas promovendo crescimento econômico, mas reafirmando um princípio fundamental: o direito dos amazônidas a prosperarem tanto quanto qualquer outro brasileiro. O exemplo de Maricá, no Rio de Janeiro, comprova que essa riqueza pode ser revertida em qualidade de vida, justiça social e desenvolvimento sustentável.
A cidade fluminense, que recebe royalties do petróleo, se tornou um modelo de gestão pública transformadora. Sob a liderança do prefeito Washington Quaquá, do PT, Maricá criou um sistema de transporte 100% gratuito para toda a população, garantindo mobilidade acessível e reduzindo desigualdades. A saúde pública foi ampliada e modernizada, assegurando atendimento digno e de qualidade. Na educação, a cidade implementou um programa de bolsas que beneficia estudantes desde a infância até a universidade, permitindo que jovens tenham acesso a oportunidades antes inalcançáveis. Além disso, investimentos pesados em infraestrutura e espaços públicos elevaram a qualidade de vida dos moradores, criando um ambiente urbano moderno e acessível. Tudo isso só foi possível porque Maricá soube aproveitar de forma inteligente os recursos provenientes da exploração do petróleo.
A pergunta que se impõe é simples: por que Maricá pode e Macapá não? O Amapá tem um histórico de abandono e subdesenvolvimento que precisa ser revertido. A exploração do petróleo na Margem Equatorial pode ser um divisor de águas para o estado, garantindo investimentos em infraestrutura, geração de empregos e mais qualidade de vida para a população. O que Lula propõe não é uma exploração predatória, mas um modelo sustentável que, além de garantir a soberania energética do Brasil, possa trazer progresso para uma das regiões mais negligenciadas do país.
Enquanto isso, nossos vizinhos já colhem os frutos da mesma riqueza que o Brasil insiste em ignorar. A Guiana e o Suriname, que compartilham a mesma formação geológica da Margem Equatorial, já exploram esse petróleo e experimentam um crescimento econômico expressivo. A Guiana, por exemplo, é hoje um dos países com maior taxa de crescimento do PIB no mundo, graças à sua política energética. Enquanto isso, o Brasil, por entraves burocráticos e debates intermináveis, deixa de aproveitar uma oportunidade que poderia transformar a realidade de milhões de brasileiros.
A resistência à exploração desse petróleo, muitas vezes travada por setores que não compreendem a complexidade do desenvolvimento nacional, precisa ser superada. Por isso mesmo, o presidente Lula fez muito bem ao criticar a “lenga-lenga” do Ibama sobre a concessão da licença para que a Petrobras inicie suas pesquisas na região. E a Petrobras, diga-se de passagem, já se mostrou capaz de explorar petróleo em águas profundas com total segurança.
O Brasil tem um compromisso com a transição energética, mas essa transição não pode significar a estagnação de regiões inteiras. Enquanto o petróleo ainda for essencial para o funcionamento da economia global, não há justificativa para que o Brasil abandone suas próprias reservas enquanto continua importando combustíveis.
O que foi feito em Maricá pode e deve ser replicado no Amapá. Com uma gestão comprometida, a riqueza gerada pela exploração do petróleo pode financiar políticas públicas que garantam um futuro melhor para toda a população amazônida. O Brasil não pode esperar, e o povo do Amapá tem o direito de prosperar. Lula está certo: é hora de destravar o desenvolvimento e garantir que essa riqueza beneficie a todos.
* Leonardo Attuch é jornalista e editor-responsável pelo 247.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/de-marica-a-macapa-todos-os-brasileiros-tem-direito-a-prosperidade/