26 de dezembro de 2024
De olho no governo de Pernambuco, João Campos articula ampliação
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Apontado como potencial pré-candidato ao governo de Pernambuco nas próximas eleições, o prefeito de Recife, João Campos (PSB), vem articulando para assegurar o apoio de partidos estratégicos na disputa contra a governadora Raquel Lyra (PSDB). Como parte dessas ações, Campos estruturou seu secretariado municipal no segundo mandato contemplando o PT, o MDB e o União Brasil.

Em relação ao PT, partido do presidente Lula, o prefeito decidiu manter as duas pastas já comandadas pela sigla: Meio Ambiente e Habitação. A decisão busca minimizar o desgaste com o partido, que se sentiu deixado de lado nas eleições municipais deste ano, especialmente na escolha da vice-prefeitura e durante os atos de campanha.

Esse cenário de insatisfação fortalece Lyra, que conta com a lealdade dos três deputados estaduais do PSDB na Assembleia Legislativa. Além disso, a governadora vem estreitando laços com o governo federal e, segundo expectativas, pode deixar o PSDB para se filiar ao PSD, partido que integra a base aliada do Planalto.

Outro partido que João Campos irá manter em seu escalão é o União Brasil, que hoje possui o Turismo e o Desenvolvimento Econômico.

Oficialmente, nesta segunda-feira (23), o prefeito fez mais um aceno significativo. Ele anunciou o nome do presidente municipal do MDB, Raul Henry, como secretário de Relações Institucionais. O partido já chegou a ter indicações no Palácio das Princesas, mas desembarcou da gestão de Lyra. Hoje, há integrantes do MDB, à exemplo do senador Fernando Dueire, que são aliados da governadora.

Os três partidos são considerados por articuladores como estratégicos, por terem alas mais próximas a Campos e Lyra, cabendo ainda uma disputa pelo favoritismo. A montagem do secretariado do prefeito é mais um capítulo da dissonância entre os dois.

Essa disputa por aliados faz parte dos bastidores da política pernambucanas desde 2023. Apesar de adotarem uma postura republicana publicamente, na exceção de uma indireta ou outra, o prefeito e a governadora só teriam se reunido sozinhos uma vez e se esforçam para atrapalhar os planos um do outro.

Campos tem dificultado a relação de Lyra com a Assembleia Legislativa. Quando Raquel Lyra foi eleita, ele já havia feito um acordo com o presidente da Casa, Álvaro Porto (PSDB), por cargos na Mesa Diretora. No início do ano, na sessão que marcou o retorno do Legislativo, o microfone de Porto vazou enquanto ele criticava o discurso de Lyra.

Em contrapartida, Lyra tem atrapalhado o prefeito em sua relação local com o PT, que tem mágoas em relação a Campos. O partido queria a vaga de vice na chapa à reeleição e terminou preterido por Victor Marques (PCdoB), ex-assessor do prefeito.

Com informações de O Globo.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/de-olho-no-governo-de-pernambuco-joao-campos-articula-ampliacao-da-base-de-partidos-em-seu-secretariado/