21 de setembro de 2024
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Governadores que buscam herdar o espólio político de Jair Bolsonaro planejam se esquivar da associação direta com o Partido Liberal (PL) nas eleições municipais deste ano. Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, articulam candidaturas nas prefeituras de Belo Horizonte e Goiânia, respectivamente, em oposição direta ao PL. Em São Paulo e Paraná, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ratinho Jr. (PSD) também evitam coligações lideradas pelo partido do ex-presidente.

Embora considerados herdeiros potenciais do voto bolsonarista, nenhum dos quatro governadores é filiado ao PL. Zema e Tarcísio têm sido pressionados por Valdemar Costa Neto, presidente do PL, para uma maior aproximação, inclusive com sugestões de filiação. No entanto, a estratégia dos governadores é manter uma imagem mais moderada, evitando uma adesão irrestrita ao PL, especialmente com Bolsonaro inelegível até 2030.

Recentemente, Zema nomeou a deputada bolsonarista Alê Portela (PL) para seu secretariado, substituindo Luísa Barreto (Novo), que deixou o cargo para disputar a prefeitura de Belo Horizonte. O PL tenta convencer Zema a apoiar Bruno Engler (PL), pré-candidato lançado por Bolsonaro, mas enfrenta resistência devido a desentendimentos passados entre Engler e o governo estadual.

Em Goiânia, Caiado desprezou o deputado bolsonarista Gustavo Gayer, pré-candidato do PL, e formou uma aliança com Sandro Mabel (União Brasil). Caiado busca eleger seu vice, Daniel Vilela (MDB), como sucessor em 2026, enquanto o PL espera atrair seu apoio em um eventual segundo turno contra o PT.

No Paraná e em São Paulo, Tarcísio e Ratinho Jr. adotaram estratégias de incluir o PL como vice nas chapas que apoiam. Ratinho Jr. apoia Eduardo Pimentel (PSD) para prefeito de Curitiba, com Paulo Eduardo Martins (PL) possivelmente como vice. Em São Paulo, Tarcísio trabalha para que Ricardo Mello Araújo (PL) seja o vice do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Essa aliança ganhou força após Pablo Marçal, pré-candidato pelo PRTB, buscar o apoio de Bolsonaro e atrair a militância bolsonarista.

O PL, liderado por figuras como Major Vitor Hugo em Goiás, planeja lançar candidatos próprios em várias cidades, mantendo uma postura de independência em relação aos governadores que evitam a associação direta com o partido de Bolsonaro.

Com informações de O Globo

Fonte: https://agendadopoder.com.br/de-olho-no-planalto-em-2026-caiado-e-zema-evitam-apoio-ao-pl-de-bolsonaro-nas-eleicoes-deste-ano/