16 de março de 2025
Delação de Mauro Cid revela que Flávio Bolsonaro rejeitou golpe,
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A delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, revelou um racha entre os filhos do ex-presidente sobre a possibilidade de um golpe de Estado. Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se posicionou contra, defendendo que o pai assumisse o papel de líder da oposição, enquanto Eduardo Bolsonaro (PL-SP) integrava a ala mais radical, que incentivava a ruptura institucional. O sigilo do depoimento foi derrubado nesta quarta-feira (19) pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.

Como informam Andréia Sadi e Matheus Moreira no g1, Cid descreveu três grupos que orbitavam Bolsonaro após sua derrota eleitoral: os conservadores, os moderados e os radicais. Flávio Bolsonaro fazia parte do grupo conservador, ao lado de Bruno Bianco (ex-AGU), Ciro Nogueira (ex-ministro da Casa Civil) e do brigadeiro Batista Júnior (ex-comandante da Aeronáutica). Essa ala aconselhava Bolsonaro a encerrar os atos em quartéis e se consolidar como líder da oposição.

Os moderados, subdivididos em duas frentes, acreditavam que havia abusos jurídicos no país, mas que não havia caminho legal para contestar o resultado. Entre eles estavam generais da ativa, como Freire Gomes (Comandante do Exército), Arruda (Chefe do DEC), Teófilo (Comandante de Operações Terrestres) e Paulo Sérgio (ex-Ministro da Defesa). Outra ala dos moderados defendia que Bolsonaro saísse do país, contando com apoio do empresário Paulo Junqueira, Naban Garcia e do senador Magno Malta.

Já os radicais se dividiam entre os que buscavam provas de fraude nas urnas e os que defendiam a ação direta para manter Bolsonaro no poder. No primeiro grupo, estavam figuras como o general Pazuello, Valdemar Costa Neto (presidente do PL), major Denicole e o senador Heinz. Eduardo Bolsonaro, segundo Cid, fazia parte da ala mais extrema, ao lado de Felipe Martins, Onyx Lorenzoni, Jorge Seiff, Gilson Machado, general Mario Fernandes e Michelle Bolsonaro.

O grupo radical acreditava que Bolsonaro teria apoio popular e de CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores) caso assinasse um decreto para seguir no poder. “Eles queriam que ele desse a ordem e acreditavam que haveria respaldo”, disse Cid em sua delação.

Com informações do g1

Fonte: https://agendadopoder.com.br/delacao-de-mauro-cid-revela-que-flavio-bolsonaro-rejeitou-golpe-enquanto-eduardo-apoiava/