21 de setembro de 2024
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Em reunião sigilosa, o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) se reuniu, nesta quinta-feira (23/05), para dar prosseguimento ao processo ético-disciplinar contra a deputada Lucinha (PSD). Durante o encontro, os deputados decidiram convocá-la para que apresente sua defesa oral, junto ao colegiado, no próximo dia 04. 

Lucinha foi indiciada pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento com a milícia da Zona Oeste da cidade do Rio, comandada por Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho. O encontro também serviu para dar início à instrução probatória do processo que pode levar à cassação da parlamentar.

De acordo com o deputado Júlio Rocha (Agir), presidente da Comissão, na reunião, “ela terá a oportunidade de se manifestar diante dos membros do conselho”. Para hoje, Rocha convocou os membros do grupo, os suplentes e também os corregedores da Alerj para dar sequência ao processo. 

Os advogados de defesa da deputada estiveram reunidos com o relator do caso, deputado Vinicius Cozzolino (União Brasil), na semana passada. Além de conversarem sobre os procedimentos e os trâmites da ação, o grupo informou que anexou à defesa a conclusão do inquérito da Polícia Federal com os depoimentos colhidos durante as oitivas, como do prefeito Eduardo Paes, do próprio Zinho e de oficiais da Polícia Militar.

Histórico

Lúcia Helena Pinto de Barros foi alvo de busca e apreensão dentro da Operação Batismo, realizada pela PF e o Ministério Público Estadual, em dezembro de 2023, em investigação que indicava que ela seria o braço político da maior milícia do estado, comandada por Zinho, na Zona Oeste da cidade do Rio. Por sua influência, ela seria chamada de “madrinha”.

Entre os fatos apurados, há diálogos gravados e troca de mensagens em que a deputada tenta, junto à prefeitura do Rio, beneficiar o interesse dos milicianos como no transporte alternativo e que quebraria o celular para apagar provas.

A investigação também revelou indícios da prática de “rachadinha” em seu gabinete na Alerj. Em outros áudios localizados pela polícia, a parlamentar aparece perguntando sobre como uma medida da prefeitura do Rio poderia impactar os negócios do grupo criminoso que controla parte da Zona Oeste.

A troca de mensagens teria ocorrido entre Lucinha e o miliciano Domício Barbosa de Souza, o Dom, apontado pela PF como o responsável financeiro da quadrilha de Zinho.

Afastamento do cargo

Na ocasião, o desembargador Benedicto Abicair, do Órgão Especial do Tribunal de Justiça, afastou a parlamentar por tempo indeterminado. Em fevereiro deste ano, no entanto, a Casa suspendeu os efeitos da medida cautelar – por 52 votos a favor e 12 contrários – e devolveu o mandato da parlamentar.

A investigação na Alerj começou quase três meses depois que o plenário da decidiu mantê-la no cargo. Só que os deputados também decidiram torná-la ré no Conselho de Ética.

Nesse período, já houve até troca de relator, com o deputado Felipinho Ravis (Solidariedade) sendo substituído por Vinicius Cozzolino (União Brasil).

Fonte: https://agendadopoder.com.br/deputada-lucinha-fara-sua-defesa-oral-no-conselho-de-etica-no-inicio-do-proximo-mes/