Deputados aprovam proibição das armas de bolinha de gel no Rio

Usadas como brinquedos, mas cada vez mais associadas a situações de violência, às gel blasters estão mais perto de serem proibidas no estado do Rio. A Assembleia Legislativa (Alerj) aprovou em segunda discussão, nesta quarta-feira (10), o texto que restringe a circulação desses equipamentos.

Com a decisão, a regra passa a abranger tanto a fabricação quanto a comercialização e distribuição das gel blasters. Esses materiais são réplicas que utilizam pequenas esferas de gel hidratado como projéteis, disparados por sistema de mola e bateria.

Embora vendidas como entretenimento, elas são capazes de causar ferimentos e confusão entre usuários, já que podem se assemelhar a armas de verdade.

Risco à segurança pública

A autora da proposta, deputada Tia Ju (Republicanos), lembrou episódios em que pedestres foram atingidos por disparos, como o caso de um carroceiro em Campos dos Goytacazes e o de um bebê que estava no colo da avó em São Paulo.

“Essa ‘brincadeira’ virou risco para a população, já que jovens e adultos estão simulando confrontos nas ruas, organizando guerras e batalhas em locais de grande circulação, e também atirando em pessoas desprevenidas”, afirmou a parlamentar.

Segundo ela, no Rio já há relatos de jovens que pintam as armas de gel para deixá-las ainda mais semelhantes às de fogo, aumentando o risco de reação policial ou de violência por engano.

Complemento à lei existente

O texto aprovado altera a Lei 2.403/95, que já proíbe a produção, transporte e venda de brinquedos e simulacros que possam ser confundidos com armamentos. Agora, a regra passa a incluir expressamente as gel blasters.

Além de Tia Ju, assinam como coautores os deputados Carlos Minc (PSB), Carlinhos BNh (PP), Claudio Caiado (PSD), Dionísio Lins (PP), Elika Takimoto (PT), Marcelo Dino (União), Renato Machado (PT) e Samuel Malafaia (PL).

Com a aprovação em segunda discussão, a medida segue os trâmites legislativos finais e agora vai para análise do governador Cláudio Castro, que tem 15 dias para sancionar ou vetar a proposta.