20 de setembro de 2024
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Os deputados da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) farão um sobrevoo de helicóptero na estação de Imunana-Laranjal, em São Gonçalo, nesta sexta-feira (11/04), para vistoriar o sistema. A fiscalização será acompanhada por técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e da Secretaria de Estado do Ambiente.

Na semana passada, a Cedae interrompeu o abastecimento de água por três dias após identificar a substância química tolueno no canal de Imunana, área da captação que atende parte da Região Metropolitana. Pelo menos dois milhões de moradores de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, parte de Maricá e Ilha de Paquetá foram afetados.  

O grupo, formado por Rodrigo Amorim (União Brasil), Luiz Paulo (PSD), Professor Josemar e Flávio Serafini, ambos do Psol, também conhecerá o centro de monitoramento que o governo montou no local para tentar entender que tipo de medidas já foram adotadas para evitar uma nova crise hídrica.

A ideia da vistoria surgiu durante um debate no expediente final da Alerj, na quarta-feira (10/04), quando Luiz Paulo, Professor Josemar e Flávio Serafini levantaram questionamentos sobre a demora na identificação do problema, já que ainda não se sabe a causa da contaminação do manancial.

Integrante da base, Rodrigo Amorim (União Brasil), então, sugeriu o sobrevoo. Ele vem acompanhando o caso e, há dois dias, esteve no centro de monitoramento, que continua fazendo o trabalho de análise da água.

“Ainda não se sabe a causa, de onde foi o vazamento e por que isso aconteceu. Ou seja, é necessário um plano emergencial porque isso pode voltar a ocorrer. Temos dois grandes sistemas na Região Metropolitana: Inumana-Laranjal, que abastece dois milhões de pessoas, e o Guandu, para quase nove milhões. Então é preciso sistemas emergenciais para enfrentar problemas como o de Imunana”, avalia Luiz Paulo.

Segundo Amorim, a hipótese mais provável para a contaminação teriam sido os dutos da Petrobras que passam por um terreno próximo a APA de Guapimirim, em que há grande concentração de tolueno. As barragens que existiam no local, diz ele, foram destruídas por medidas de segurança durante as fortes chuvas. Como consequência, essa água teria escoado para o sistema com a substância química.

“Não significa que isso tenha sido a causa, mas há fortes indícios. A Petrobrás também trabalha com outras hipóteses, que passam pelas fábricas de couro da região, que usam o tolueno, mas muitas estão desativadas; fertilizantes de plantações, que foram carregados pelas chuvas; descarte irregular em lixão e, por fim, uma refinaria de drogas clandestina. Mas em todos os casos a quantidade de tolueno seria muito pequena para um estrago tão grande”, avalia.

De acordo com o deputado, tanto as concessionárias quanto a Cedae têm realizado um grande trabalho de apoio ao governo, assim como a Petrobras. Vistoriar o local, argumenta, é uma forma de se pensar numa colaboração via Parlamento, seja na previsão de dotações orçamentárias ou na criação de uma lei específica.

“O fundamental é que os deputados conheçam as instalações para entender o que já foi feito, que está sendo realizado e qual a tese de contaminação que está prevalecendo. O próprio governo acabou fazendo o convite para visita”, disse.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/deputados-da-alerj-farao-sobrevoo-de-helicoptero-no-sistema-imunana-laranjal/