Deputados bolsonaristas da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) usaram as redes sociais no fim de semana para criticar mais uma vez a chamada ‘saidinha de Natal’, benefício concedido a detentos em regime semiaberto que atendem a critérios de bom comportamento.
Este ano, o Rio de Janeiro lidera o ranking do país de presos que não retornaram para as celas. Entre o fim de 2024 e início de 2025, dos 1.494 detentos beneficiados pelo sistema, 260 estão fora das unidades prisionais, representando uma taxa de 14%, a maior entre os estados brasileiros.
O deputado Rodrigo Amorim (União Brasil) considerou como sintomático que os bandidos tenham ganhado liberdade no mesmo mês em que o Governo Federal publicou o decreto impondo limites à atuação das polícias militares, sob justificativa de disciplinar o uso da força.
“Tudo para que nas ruas o policial se sinta intimidado, se sinta limitado, enquanto o criminoso tenha todos os ‘direitos’ resguardados. A sinalização é clara: o cidadão de bem tem cada vez menos direitos”, declarou o deputado em seu perfil na rede social X.
No total, 49.095 presos de 16 estados tiveram direito à saída temporária, sendo que mais de dois mil não retornaram. O líder do PL na Alerj, deputado Filippe Poubel, foi outro que comentou sobre o assunto.
“Essa política de desencarceramento torna o cidadão de bem refém da bandidagem. Pior que esse mal não está só na saidinha, tem audiência de custódia, progressão de pena”, argumentou Poubel.
Um dos maiores críticos do benefício, Márcio Gualberto (PL), presidente da Comissão de Segurança Pública, assegura que “as saidinhas de presidiários são um privilégio descabido para aqueles que cometem crimes considerados graves”.
“Criminosos qualificados como de alta periculosidade (milicianos, traficantes, homicidas, estupradores, pedófilos etc.) não podem ter benefício. A impunidade se alimenta de leis frouxas e penas brandas. Isso precisa acabar”, advertiu.
Já para o deputado Alan Lopes (PL), a Lei de Execução Penal é uma política infrutífera e que precisa ser revista. O parlamentar defende ainda a autonomia dos estados para tratarem de assuntos da ordem penal.
“Enquanto esses assuntos todos não forem tratados de maneira técnica, eficiente, lamentavelmente os indicadores de segurança continuarão sendo ruins e nossa população vai continuar morrendo nas mãos desses facínoras”, reiterou.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/deputados-se-manifestam-sobre-presos-que-nao-retornaram-apos-saidinha-de-natal/