23 de outubro de 2025
Metrô de São Paulo descobre formação rochosa inédita
Compartilhe:

O Metrô de São Paulo identificou uma formação rochosa inédita durante as sondagens da futura estação Portugal, em Santo André, no traçado da linha 20 -rosa. Os geólogos localizaram o material entre 46 e 52 metros de profundidade.

A formação inclui micaxistos, gnaisses e milonitos — rochas metamórficas, ou seja, que foram transformadas através de altas temperaturas, pressões ou fluídos quentes, e que agora exigem técnicas complexas e soluções específicas. Segundo o Metrô de São Paulo, o subsolo do Grande ABC apresenta um comportamento inédito na engenharia subterrânea.

“Essa descoberta marca um ponto de virada na engenharia subterrânea da região”, afirmou a companhia. A formação identificada obriga ajustes na tuneladora, o “tatuzão”, que fará a escavação do trecho.

Os engenheiros estudam mudanças nas lâminas de corte para lidar com o solo de baixa coesão, que se desintegra com facilidade. Com isso, o Metrô de São Paulo prepara planos de contingência e estratégias de escavação mais seguras para evitar deslocamentos e para manter a estabilidade das estruturas.

Linha 20 do Metrô de São Paulo deve iniciar obras em 2027

A descoberta ocorre durante o projeto básico da linha 20, que deve iniciar obras em 2027. Nesta fase, geólogos do Metrô de São Paulo conduzem sondagens, mapeiam o subsolo e analisam os perfis geotécnicos. As informações coletadas alimentam modelos tridimensionais que orientam decisões técnicas e reduzem riscos de execução.

Desde o início do ano, o Metrô de São Paulo realizou cerca de 700 sondagens, com espaçamento médio de 60 metros. O Metrô cataloga e armazena todas as amostras em um galpão técnico no Brás, onde ficam os registros geológicos acumulados ao longo dos 50 anos de operação da companhia.

O Metrô de São Paulo identificou rochas metamórficas inéditas sob Santo André; as amostras do achado ficam catalogadas em um galpão técnico no Brás. (Foto: Jean Carlos/Metrô São Paulo)

O geólogo Hugo Rocha do Metrô São Paulo, com quase quatro décadas de experiência, explica que a linha 20 atravessará solos muito distintos. Entre a Lapa e a Vila Madalena, o subsolo é argiloso. Na região da avenida Faria Lima, o perfil se torna rochoso. Já próximo à rodovia dos Imigrantes, a formação se torna densa e irregular.

“É como dirigir em uma estrada asfaltada e, de repente, entrar num trecho de lama”, compara Rocha. Ele afirma que o Metrô de São Paulo precisa entender o comportamento desse solo antes de avançar nas escavações.

VEJA TAMBÉM:

  • Canga de esmeralda gigante entra em leilão e aciona esquema de segurança máxima em bunker.

    Esmeralda de 241 kg está sob vigilância extrema em bunker brasileiro secreto à espera de leilão

Nova linha vai conectar Santo André e São Bernardo do Campo à zona oeste

O projeto básico, contratado em fevereiro, será concluído em 2026. Ele definirá parâmetros técnicos, cronograma de obras e modelo econômico. Também abrangerá arquitetura, comunicação visual e sistemas elétricos.

A nova linha terá 33 quilômetros de extensão, 24 estações e dois pátios de manutenção. O Metrô de São Paulo avalia construir um deles no terreno da antiga fábrica da Ford, em São Bernardo.

O traçado conectará Santo André e São Bernardo do Campo à zona oeste de São Paulo, passando por Lapa, Pinheiros, Vila Olímpia e Moema. Quando concluída, a linha 20 deverá transportar mais de 1,3 milhão de passageiros por dia e marcar um avanço histórico na rede metroviária paulista.

Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/sao-paulo/descoberta-formacao-rochosa-rara-muda-planos-linha-metro-sao-paulo/