O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, informou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre uma operação realizada nesta terça-feira (19) e revelou detalhes de um plano que visava assassiná-lo após sua vitória nas eleições de 2022. De acordo com Andrei, a reação de Lula foi marcada por “surpresa e indignação”.
— Informei ao presidente, por volta das 6h30, após o cumprimento das medidas judiciais, devido à gravidade dos fatos e às ameaças à sua vida e à do vice-presidente. Também comuniquei o ocorrido ao vice-presidente Alckmin. A reação do presidente foi de surpresa e indignação — declarou o diretor-geral.
Nesta terça-feira, a Polícia Federal prendeu quatro militares e um policial federal durante uma operação que investiga um suposto plano de membros das Forças Especiais do Exército, conhecidos como “kids pretos”, para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O plano teria sido articulado após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.
A ação integra um inquérito que apura possíveis tentativas de golpe de Estado após o resultado eleitoral. A operação teve como alvo os chamados “kids pretos”, grupo formado por militares das Forças Especiais, e resultou na emissão de cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão, além de 15 medidas cautelares. Entre essas medidas estão a proibição de contato entre os investigados, a entrega de passaportes no prazo de 24 horas e a suspensão do exercício de funções públicas pelos envolvidos.
As investigações da Polícia Federal sobre uma suposta trama golpista identificaram que o grupo alvo de operação da Polícia Federal previa o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno no comando de um “gabinete de crise”. Documentos apreendidos pelos investigadores apontam que a ideia era que esse gabinete fosse formado depois que o plano de assassinato do presidente Luis Inácio Lula da Silva fosse executado.
Um dos documentos relacionados ao general da reserva Mário Fernandes, que foi secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Jair Bolsonaro, diz respeito a uma minuta de instituição de um “Gabinete Institucional de Gestão da Crise”.
“Conforme se observa, o general Heleno seria o chefe de gabinete, tendo como coordenador-geral o general Braga Netto. Logo abaixo dos dois mais importantes, o próprio general Mário e o coronel Élcio fariam parte da assessoria estratégica”, diz o documento, que lista outros nomes militares de menor patente que fariam parte do gabinete.
No mesmo documento, consta a finalidade de instituição do gabinete, as referências legais, a missão, o objetivo, as diretrizes e, por fim, a estrutura organizacional. “O arquivo referente a esse documento tem data de criação em 16 de dezembro de 2022, às 10h43, e modificação no mesmo dia, às 14h06. O último autor é Mário Fernandes’. A data de ativação do gabinete consta como 16/12/2022’, destaca o relatório da PF.
O ministro Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública, também relatou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse estar estupefato com as notícias a respeito da tentativa de golpe planejado e, 2022 para impedir a posse dele na Presidência da República, que incluía um plano de envenenamento do presidente.
Com informações de o Globo.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/diretor-da-policia-federal-diz-que-reacao-de-lula-a-noticia-do-golpe-foi-de-indignacao-e-surpresa/