
O avanço da avaliação negativa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) junto ao eleitorado brasileiro se reflete nas diferentes áreas da gestão federal, segundo pesquisa Ipsos-Ipec divulgada nesta sexta-feira. O quadro de piora é generalizada, na comparação com a pesquisa anterior, de dezembro, mas ocorre mesmo em relação à gestão da educação, área comandada pelo ministro Camilo Santana (PT) e que até aqui era a única que mantinha avaliação positiva à frente da negativa.
Em março, pela primeira vez no terceiro mandato do petista, os índices de avaliação “ótima ou boa” e “ruim ou péssima” do desempenho na educação atingiram a mesma fatia da população: 36%. Em dezembro, a distância entre os grupos era de três pontos percentuais, com o índice de “ótimo ou bom” numericamente à frente. Ainda assim, a área segue sendo a única na qual a avaliação negativa não se sobressai à positiva.
A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos. A pesquisa ouviu presencialmente 2 mil entrevistados entre 7 e 11 de março.
Os dados mostram que o combate à inflação, o controle e corte de gastos públicos e a segurança pública têm os maiores índices de avaliação negativa. São, respectivamente, 57%, 53% e 50% os que classificam o trabalho do governo nessas áreas como ruim ou péssimo.
— Houve uma queda generalizada em todas as áreas avaliadas, inclusive a educação que tinha saldo positivo em dezembro e agora tem saldo zero. A percepção geral do governo é mais negativa hoje e é explicada em parte pelas avaliações negativas que fazem de todas as áreas — avalia Márcia Cavallari, líder do Ipsos-Ipec.
Em meio à alta no preço dos alimentos, o índice dos que consideram que a atuação federal no tema é ruim ou péssima subiu dez pontos percentuais frente a dezembro, enquanto a avaliação positiva recuou de 21% para 17%. Já a percepção negativa sobre o controle de gastos teve variação menor, de cinco pontos, avanço semelhante ao observado em relação à segurança pública, que no âmbito federal está sob alçada do ministro Ricardo Lewandowski.
Entre os fatores com alta percepção negativa também aparecem o desemprego (45% avaliam negativamente) e o combate à fome e pobreza (47% classificam como ruim ou péssima), mesmo com melhoras recentes nos indicadores nacionais.
Já as políticas ambientais do governo Lula, sob responsabilidade da ministra Marina Silva (Rede), são avaliadas negativamente por 40% dos entrevistados — em dezembro, somava 38%. Em setembro do ano passado, o índice de avaliação negativo na área chegou a ficar em 44%, após subir 11 pontos em quatro meses, em meio a eventos como as enchentes do ano passado no Rio Grande do Sul e queimadas na Amazônia e no Pantanal.
A recente saída de Nísia Trindade do Ministério da Saúde, pasta agora ocupada por Alexandre Padilha (PT), não alterou a percepção sobre a atuação federal na área. Não houve variação fora da margem de erro, mas a visão negativa segue em tendência de alta. São 46% os que classificam a gestão como ruim ou péssima (eram 44%), contra 25% que a avaliam positivamenre (eram 26%).
Em relação ao governo Lula como um todo, como divulgado na semana passada pelo instituto, são 41% os brasileiros que o classificam como ruim ou péssimo, enquanto 27% o consideram como ótimo ou bom. Outros 30% consideram a gestão regular. Segundo a pesquisa Ipsos-Ipec, para 51% dos entrevistados, o governo Lula está pior do que esperavam. Em dezembro, 41% declaravam ter essa opinião.
Com informações de O Globo
Fonte: https://agendadopoder.com.br/economia-inflacao-e-seguranca-puxam-avaliacao-mais-negativa-do-governo-lula-revela-pesquisa-ipsos-ipec/