A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou em primeira discussão, nesta quarta-feira (02), o projeto de lei 606/23, de autoria da deputada Dani Monteiro (Psol), que inclui o nome de Edson Luís de Lima Souto no Livro dos Heróis e Heroínas do Estado do Rio de Janeiro. Edson Luís, estudante secundarista morto pela ditadura militar em 1968, tornou-se um símbolo da resistência estudantil contra o regime.
Ele foi assassinado no restaurante Calabouço, no Rio de Janeiro, durante uma manifestação contra o aumento do preço da comida no local. Sua morte acabou desencadeando uma onda de protestos contra a ditadura, marcando o início de um período de forte repressão que culminou no Ato Institucional nº 5 (AI-5).
“O dia 28 de março de 1968 ficou marcado na história brasileira pelo brutal assassinato de Edson Luís, que junto com mais 300 estudantes ocupavam o restaurante estudantil em protesto contra a alta do preço da comida no restaurante. O fato marcou o início de um ano de intensas mobilizações contra a Ditadura Militar que endureceu a repressão até que fosse decretado o Ato Institucional 5”, explicou a deputada.
Dani também destacou que a Lei 8.439/19 já incluiu o dia 28 de março como o “Dia Estadual da Juventude em Defesa da Democracia” no calendário oficial do Rio de Janeiro, em homenagem a Edson Luís. “Por isso, ele deve ser reconhecido pelo Estado do Rio de Janeiro no seu Livro de Heróis e Heroínas”, defendeu a deputada.
O deputado Luiz Paulo (PSD) relatou ter sido testemunha ocular do assassinato de Edson Luís.
“Eu almoçava e jantava no Restaurante Calabouço. Em 68, houve um confronto com a polícia durante um protesto e ele foi morto com um tiro. O corpo dele foi trazido para a Câmara. Conto isso porque estava presente e vi seu corpo. O episódio gerou uma grande revolta. A partir daí recrudesceu o movimento estudantil. Em 69, veio o AI-5, que prendeu e matou mais. É hora de resgatar esses heróis anônimos que lutaram pela democracia”, afirmou.
Carlos Minc (PSB) acrescentou que a polícia tentou retirar o corpo do local para esvaziar a manifestação, mas os estudantes resistiram e impediram a ação policial. Edson Luís nasceu em Belém, no Pará, em 1950, e mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar. O projeto de lei segue agora para segunda discussão na Alerj.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/edson-luis-podera-ser-incluido-no-livro-de-herois-e-heroinas-do-rio/
