Eduardo Bolsonaro diz que EUA podem invadir Brasil, após seu pai ser condenado pelo STF

Após o Supremo Tribunal Federal condenar Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) levantou a hipótese de apoio militar dos Estados Unidos ao Brasil em um futuro próximo. Em entrevista a Paulo Cappelli, no Metrópoles, o deputado afirmou que a vinda de caças F-35 e navios de guerra poderia se tornar necessária caso, segundo ele, o país passe a viver um cenário de restrições à oposição e eleições sem transparência.

A fala do parlamentar foi uma resposta direta à porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavit, que comentou o julgamento do ex-presidente. Ela disse que Donald Trump “não tem medo de usar meios militares para proteger a liberdade de expressão”. Eduardo considerou a posição “feliz” e declarou que “demonstra a disposição do governo Trump em defender pautas da liberdade”.

Pressão sobre o STF
Eduardo Bolsonaro voltou a criticar o Supremo Tribunal Federal, especialmente o ministro Alexandre de Moraes, a quem acusou de liderar uma “inquisição”. Ele afirmou que a prisão do ex-presidente viola a Constituição e inviabiliza a realização de eleições democráticas no Brasil.

“Não é encarcerando o líder da oposição que você vai fazer uma eleição”, disse. Para o deputado, o Brasil caminha para um estágio semelhante ao da Venezuela, em que, segundo ele, sanções diplomáticas já não resolvem a crise.

Deputado diz que prefere a guerra a ser escravo

Questionado se apoiaria uma intervenção militar norte-americana, Eduardo respondeu de forma afirmativa. “Eu acho que vale a pena pela pauta da liberdade. Você aceitaria ser escravo para evitar uma guerra? Eu prefiro a guerra”, declarou, citando Winston Churchill ao criticar a política de apaziguamento britânica antes da Segunda Guerra Mundial.

Liberdade de expressão e exemplos de perseguição
O deputado também citou casos que, na sua visão, ilustram perseguição política no Brasil. Mencionou a condenação de uma mulher a 14 anos de prisão por escrever com batom em uma estátua, além de nomes de apoiadores de Jair Bolsonaro que teriam sido injustamente punidos. “As pessoas inocentes já estão se ferindo. Já estão sendo violentadas”, afirmou.

Eduardo Bolsonaro concluiu defendendo que a comunidade internacional, em especial os Estados Unidos, não deveria reconhecer como democrática uma eleição no Brasil que ocorra sob censura e intimidação da oposição.