
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) minimizou os elogios feitos pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a abertura da Assembleia Geral da ONU. Em entrevista e publicações nas redes sociais, Eduardo afirmou que o gesto de Trump não deve ser visto como uma vitória política de Lula, mas como parte de uma estratégia já conhecida do republicano.
Durante seu discurso em Nova York, Trump revelou que teve um breve encontro com Lula e prometeu uma reunião formal para a próxima semana. “Eu estava entrando e o líder do Brasil estava saindo. Eu o vi, ele me viu e nos abraçamos. Combinamos de nos encontrar na semana que vem. Não tivemos muito tempo para conversar, uns 20 segundos. Mas ele parecia um homem muito legal. Tivemos uma química excelente”, disse o americano.
Eduardo relativiza gesto
Em resposta, Eduardo Bolsonaro declarou que Trump fez “exatamente o que sempre praticou”: aumentou a tensão por meio de sanções e, em seguida, se recolocou à mesa em posição de força. O deputado citou como exemplo as recentes sanções impostas pelo governo dos EUA à esposa do ministro do STF Alexandre de Moraes, que chamou de “recado claro e direto contra o maior violador de direitos humanos da história do Brasil”.
Para Eduardo, o movimento não significa aproximação com Lula, mas sim uma demonstração da “firmeza estratégica” de Trump. “O que se vê é a marca registrada de Trump: ele entra na mesa quando quer, da forma que quer e na posição que quer”, escreveu o parlamentar em rede social.
Repercussão no bolsonarismo
Aliados de Bolsonaro interpretaram a iniciativa como uma jogada política para fragilizar Lula diante da opinião pública e fortalecer a pauta da anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. O jornalista Paulo Figueiredo, que acompanha Eduardo nos Estados Unidos, afirmou que “Trump é realmente um gênio” por denunciar, na ONU, o que chama de “ditadura brasileira” e, logo em seguida, acenar positivamente a Lula.
Dirigentes do PL avaliam que o gesto do republicano também serve para desviar o foco de desgastes internos, como o impacto da alta de tarifas atribuída ao governo de Jair Bolsonaro. Na prática, reforçam a narrativa de que o Brasil precisa manter boas relações com os EUA, independentemente da posição de Lula.
“Sem os EUA, o Brasil vai mal. Não há para onde correr: o Brasil precisa dos EUA, reconheça isto ou não”, resumiu Eduardo Bolsonaro.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/eduardo-bolsonaro-minimiza-gesto-de-trump-a-lula-calculo-politico-e-nao-vitoria-do-petista/