
Em novas declarações feitas nas redes sociais, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) intensificou sua pressão internacional contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e defendeu que os Estados Unidos imponham sanções ao magistrado. Segundo o parlamentar, o ex-presidente Donald Trump está “pessoalmente envolvido” nas negociações que vinculam a imposição de tarifas sobre produtos brasileiros à política interna do Brasil.
As falas foram divulgadas entre a noite de quarta-feira (16) e a manhã desta quinta-feira (17).
Eduardo voltou a afirmar que a única forma de encerrar as tarifas comerciais impostas por Trump é por meio de uma “anistia ampla, geral e irrestrita” aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, os quais ele chama de “presos políticos”. O deputado ainda classificou aliados que deixaram o país como “jornalistas e políticos exilados”, e acusou o governo de promover “censura descarada”.
“Lula e Moraes estão sem controle, abusando de seus poderes, cometendo atos jamais feitos pela Suprema Corte”, declarou Eduardo. Para ele, os EUA devem reagir com sanções duras a Moraes. “Isso só se resolve através de uma anistia ampla, geral e irrestrita. Sem isso, o Brasil vira uma nova Venezuela”, afirmou.
Dia atribulado e produtivo – mas não acabou ainda.
Seguimos em Washington DC contribuindo para resgatar as liberdades no Brasil e buscando justiça para, em fim, resolver a Tarifa-Moraes.
*Com @pfigueiredo08 pic.twitter.com/A7kwICLny0
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) July 16, 2025
Visita à Casa Branca e ameaça de novas sanções
Eduardo Bolsonaro também relatou ter participado de uma reunião na Casa Branca para, segundo ele, “buscar justiça” e “contribuir para resgatar as liberdades no Brasil”. O parlamentar afirmou que foi convidado por autoridades americanas para dar “atualizações” sobre a situação política no país após a imposição de tarifas sob a chamada “Seção 301”, dispositivo utilizado por Washington para retaliar práticas comerciais consideradas injustas.
“Trump está pessoalmente envolvido e não há chance de recuo sem um gesto concreto do governo brasileiro. Se nada for feito, o Brasil pode entrar numa escalada de sanções devastadora. Um apelo às autoridades brasileiras: o tempo está acabando”, disse Eduardo.
Ele apareceu em vídeo ao lado de Paulo Figueiredo, neto do ex-ditador João Batista Figueiredo. Ambos reforçaram que o tema tem prioridade nas conversas com representantes da ala republicana dos EUA. “Ontem também estivemos em uma reunião no Departamento de Estado com cerca de oito autoridades das mais diversas áreas. Isso mostra como estão dando prioridade a esse assunto”, disse Eduardo.
Figueiredo acrescentou: “Ficou bastante claro que Trump está tratando o assunto pessoalmente e não há a menor hipótese dos Estados Unidos retirarem as sanções sem que o Brasil dê um primeiro passo”.
Segundo os dois, o uso da Seção 301 seria apenas o início de uma possível “jornada tenebrosa” para o Brasil, caso o governo Lula não recuasse. As “punições a Moraes e seus aliados” estariam sendo debatidas no alto escalão do governo Trumpista como moeda de pressão.
Trump como modelo de imposição
Na visão de Eduardo Bolsonaro, a estratégia adotada por Trump contra o Brasil segue um padrão utilizado contra outros países e instituições, com vitórias simbólicas e práticas. “Trump conseguiu o que queria ao taxar Canadá, México, a União Europeia e até a Universidade de Harvard”, afirmou. “Até agora, ninguém conseguiu ganhar as disputas que o Trump abraçou e trouxe para a mesa dele, como essa do Brasil. Não acho que o Brasil vai ganhar”, concluiu o deputado.
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Fonte: https://agendadopoder.com.br/eduardo-bolsonaro-volta-a-pedir-sancoes-contra-moraes-e-diz-que-trump-esta-pessoalmente-envolvido/