Há meses em costuras pelo apoio da Igreja Universal do Reino de Deus, o prefeito do Rio e candidato à reeleição, Eduardo Paes (PSD), desembarca neste domingo em São Paulo para um grande evento no Templo de Salomão. Sede mundial da agremiação, o espaço comemora dez anos de existência e tem promovido celebrações nos últimos dias. Hoje, realiza um “encontro especial com o bispo Edir Macedo”, fundador e principal liderança da igreja.
A recente boa relação entre Paes e a Universal é marcante, dado que o prefeito foi ferrenho opositor de Marcelo Crivella (Republicanos), bispo da igreja que comandou o Rio entre 2017 e 2020, ano em que foi derrotado pelo atual prefeito. Na ocasião, a disputa teve até mensagens bíblicas, como a estratégia de Paes de associar Crivella ao “pai da mentira” — referência à figura do Diabo na Bíblia.
Localizado no bairro do Brás, o templo tem imponentes 55 metros de altura e 100 mil metros quadrados de área construída. O maior espaço religioso do país foi erguido a um custo de mais de R$ 600 milhões.
Republicanos
No Rio, Paes vivencia uma situação inusitada. Antigamente, tinha o apoio daquela que é considerada a ala política do Republicanos, partido vinculado à igreja, mas não das lideranças religiosas. Agora, é o contrário: a sigla não vai integrar a aliança do prefeito, mas a igreja está alinhada com ele. Também foi costurado um “pacto de não agressão” com Crivella.
Em um dos movimentos de aceno à Universal, o PSD filiou o pastor Deangeles Percy, um dos coordenadores do Grupo Arimatéia, espécie de núcleo político da Universal. Candidato a vereador no Rio em outubro, Deangeles chegou a se filiar antes ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, por detectar um espaço reduzido no Republicanos.
Além da Universal, Paes angariou o suporte de outras importantes lideranças evangélicas. É próximo da família Ferreira, da Assembleia de Deus em Madureira, na qual protagonizou agendas nos últimos meses. Apesar de ligado ao bolsonarismo, o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, considera-se “amigo” de Paes e não deve fazer ataques a ele durante a campanha. Uma ideia defendida por aliados do prefeito é que “neutralizar” esse tipo de artilharia é mais importante do que receber apoios explícitos de bispos e pastores.
Ligado à família Ferreira, o deputado federal Otoni de Paula (MDB) foi outro dentro do segmento evangélico conquistado por Paes. Apesar de associado nos últimos anos a Bolsonaro, e do MDB provavelmente caminhar com Alexandre Ramagem (PL) na eleição carioca, Otoni optou pelo atual prefeito.
A despeito de Paes liderar com folga em todos os segmentos religiosos na pesquisa Quaest da semana passada, a diferença é menor entre evangélicos, segmento no qual o aspirante à reeleição tem 41% das intenções de voto, ante 21% de Ramagem. Entre católicos, o prefeito soma 56%, contra 13% do candidato de Bolsonaro.
Com informações do GLOBO.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/eduardo-paes-vai-a-evento-da-igreja-universal-em-sp-para-atrair-apoio-de-liderancas-evangelicas/