Durante comício em Caxias do Sul, nesta quinta-feira (25), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que o atual governo lhe tirou dois carros blindados e insinuou que o objetivo é facilitar sua morte.
“Eles querem facilitar. Eles não querem mais me prender, querem que eu seja executado. Não posso pensar outra coisa. Mas tem uma coisa, o que acontece nos EUA nos últimos anos, como um espelho, vem acontecendo no Brasil. Eu acredito na eleição de Donald Trump em novembro”, afirmou Bolsonaro, referindo-se ao ex-presidente e candidato republicano nas eleições deste ano, que foi alvo de um atentado no último dia 13.
Apesar da queixa de Bolsonaro, a lei não prevê a disponibilização, por parte da Presidência da República, de automóveis blindados para ex-presidentes, apenas carros.
Bolsonaro afirmou ainda que, por meio de medidas cautelares, quatro assessores que trabalhavam em sua segurança foram retirados. Procurada, a Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência) afirmou que o ex-presidente faz uso das nomeações de servidores a que tem direito e dos dois carros, ainda que não sejam blindados.
A Secom explicou que medidas cautelares são de responsabilidade do Judiciário e que “Bolsonaro não tem nenhum direito extra àqueles previstos na legislação”. A Presidência não comentou a acusação do ex-presidente.
O STF também não se manifestou sobre as declarações. Assessores que atuavam para o ex-mandatário foram alvo de medidas cautelares do Supremo no âmbito de investigações na Corte, impedindo que os investigados, o que inclui Bolsonaro, pudessem se comunicar.
“Quando voltei para o Brasil, pela Presidência [da República], tinha direito a dois carros. Lula pessoalmente me tirou os dois carros blindados. Tenho direito a oito funcionários. Os quatro que trabalhavam na minha segurança, por medidas cautelares, me tiraram os quatro que trabalhavam na minha segurança. Até o meu filho, o ’02’ [Carlos Bolsonaro], ao tentar renovar seu porte de arma, foi negado pela PF”, disse Bolsonaro, do alto de um carro de som.
Os seguranças a que Bolsonaro se referiu são Sérgio Cordeiro, Max Guilherme, Marcelo Câmara e Osmar Crivelatti, todos alvos do STF, assim como o ex-presidente, nos casos que investigam suposto envolvimento em fraude em cartão de vacinação, tentativa de golpe e venda clandestina de joias.
Todos chegaram a ser presos por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Apesar de três deles terem sido soltos, também por determinação do ministro, os investigados não podem ter contato um com o outro, incluindo Bolsonaro.
Com informações da Folha de S.Paulo
Fonte: https://agendadopoder.com.br/eles-querem-que-eu-seja-executado-bolsonaro-acusa-governo-de-fragilizar-seu-esquema-de-seguranca-veja-video/