18 de abril de 2025
Eletronuclear enfrenta a maior greve de sua história
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A Eletronuclear enfrenta a mais ampla greve de sua trajetória desde que foi criada, em 1997, com a junção da área nuclear de Furnas com a Nuclen (Nuclebras Engenharia), informa o blog da jornalista Tania Malheiros. Na segunda-feira (8), no período da manhã, conforme relataram representantes sindicais, aproximadamente 300 funcionários efetivos da companhia estavam/em frente à Central Nuclear de Angra dos Reis, participando de um protesto por tempo indeterminado, motivado por 90 desligamentos e pela ausência de consenso sobre o dissídio, além da perda de direitos e diversas ações de austeridade.

Para assegurar o funcionamento dos serviços essenciais nas usinas, os trabalhadores organizaram um revezamento. No domingo (7/4), em assembleia realizada na sede da empresa, localizada no Centro do Rio de Janeiro, os empregados decidiram por uma paralisação de 24 horas na quinta-feira (10/4).

Entre as entidades sindicais, por volta do meio-dia, circulavam informações sobre uma possível solicitação de liminar com o objetivo de declarar a greve ilegal, contudo, o blog não obteve confirmação oficial por parte da empresa. Responsável pela operação das usinas Angra 1 e Angra 2 — ambas em funcionamento — e pela construção de Angra 3, iniciada em 1984 e ainda com destino indefinido, a Eletronuclear é responsável por cerca de 3% da produção de energia elétrica consumida no país.

Conforme já previsto anteriormente, a companhia deu início, no sábado (5/4), ao desligamento de Angra 1 para realizar a troca do combustível (urânio enriquecido) e a execução de centenas de outras atividades programadas.

Para esse trabalho, foram mobilizados cerca de 1.373 profissionais contratados por empresas brasileiras e estrangeiras, incluindo 238 técnicos de fora do país, que atuam em conjunto com os especialistas da Eletronuclear nas intervenções planejadas.

Paralelamente, a administração da empresa continua a manter sua posição quanto às demissões e à adoção de outras ações de austeridade. Nesta parada, Angra 1 ficará desconectada do Sistema Interligado Nacional (SIN) por 85 dias, período durante o qual deixará de fornecer 640 Megawatts — o que representa cerca de 10% da energia elétrica consumida na capital fluminense. Esse cálculo considera a usina operando em plena capacidade, sem os desligamentos que ocorrem com certa frequência. A unidade está passando por preparativos para estender sua vida útil por mais duas décadas. Angra 2, por sua vez, segue funcionando normalmente, com o dobro da capacidade de geração de energia.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/eletronuclear-enfrenta-a-maior-greve-de-sua-historia/