30 de junho de 2025
Em ato na Paulista, Bolsonaro pede maioria no Congresso em
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Em mais uma manifestação de apelo político na Avenida Paulista, realizada neste domingo (29), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mirou o Congresso Nacional como eixo central de sua estratégia de poder. Segundo ele, uma vitória expressiva da direita bolsonarista nas eleições de 2026, com pelo menos 50% das cadeiras da Câmara dos Deputados e do Senado, será suficiente para “mudar o destino do Brasil”.

“Se vocês me derem, por ocasião das eleições do ano que vem, 50% da Câmara e 50% do Senado, eu mudo o destino do Brasil”, discursou Bolsonaro diante de milhares de apoiadores reunidos sob o lema “Justiça Já”.

Inelegível até 2030, o ex-presidente deixou claro que pretende influenciar os rumos do país mesmo sem disputar novamente a Presidência da República. “Não interessa onde eu esteja, aqui ou no além, quem estiver na liderança (do Congresso) vai mandar mais que o presidente da República”, afirmou.

A manifestação reuniu parlamentares, ex-ministros e governadores aliados, como Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, considerado o principal herdeiro político do bolsonarismo com vistas a 2026. Também estiveram presentes deputados federais e senadores, entre eles Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente.

Anistia e ataques ao STF

No palco montado na avenida, Bolsonaro voltou a defender a anistia aos condenados e investigados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Segundo ele, trata-se de “um remédio previsto na Constituição” e de “um gesto de altruísmo”. A anistia vem sendo articulada por aliados do ex-presidente no Congresso e integra a agenda prioritária da sua base política.

“Isso é o caminho da pacificação. Não houve golpe, não houve armas, não houve emprego das Forças Armadas, não houve o apoio de instituições”, argumentou, repetindo a retórica negacionista sobre os ataques aos três Poderes em Brasília.

Carlos Bolsonaro, pandemia e 2022

Durante o discurso, Bolsonaro fez um aceno emotivo ao filho Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro. “O marqueteiro Carlos Bolsonaro me colocou na Presidência da República, junto com outras pessoas, mas ele foi o cérebro”, afirmou.

Ao relembrar sua gestão na pandemia, voltou a defender sua decisão de não se vacinar contra a Covid-19. “Comprei 600 mil doses, mas optei por não me vacinar por liberdade”, declarou.

Sobre a eleição de 2022, Bolsonaro sugeriu novamente que houve interferência da Justiça Eleitoral no resultado do pleito. “A mão pesada do Tribunal Superior Eleitoral fez se valer na balança”, disse, insinuando que o PT acusa de golpe quem, segundo ele, apenas questiona decisões judiciais. Também voltou a criticar Lula, afirmando que jamais passaria a faixa presidencial a quem chamou de “ladrão”.

Apesar disso, disse que sua transição foi pacífica e que teria sido elogiada até mesmo pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). A ausência na cerimônia de posse, no entanto, foi justificada com ênfase. “Jamais eu passaria a faixa para um ladrão”, exclamou, arrancando aplausos da plateia.

Mobilização pela base parlamentar

Com a impossibilidade de concorrer novamente ao Planalto, Bolsonaro tem concentrado esforços em ampliar sua base legislativa. A estratégia passa por lançar candidatos fiéis em disputas estaduais e federais e fortalecer nomes como Tarcísio de Freitas, cotado como presidenciável da direita em 2026. A ocupação majoritária do Congresso é vista como ferramenta para avançar pautas como a anistia, a revisão de decisões do STF e até projetos de impeachment de ministros.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/em-ato-na-paulista-bolsonaro-pede-maioria-no-congresso-em-2026-para-mudar-o-destino-do-brasil/