A posse de Vinícius Cordeiro como presidente do diretório municipal do Cidadania no Rio de Janeiro, realizada neste sábado (16), transformou-se em um ato político de peso. Além das manifestações de apoio ao novo dirigente, os discursos foram marcados por duras críticas ao ex-juiz federal Marcelo Bretas, afastado da magistratura, acusado de condutas irregulares. Durante seu discurso, Pedro Paulo reforçou que Paes será candidato ao Governo do Estado em 2026.
O deputado federal Pedro Paulo (PSD) e o prefeito Eduardo Paes (PSD) utilizaram o evento para defender a união das forças políticas no estado e condenar o papel desempenhado por Bretas nas eleições de 2018, quando, segundo eles, houve perseguição e parcialidade.
‘Pior crise da história’
Pedro Paulo abriu seu discurso lembrando a trajetória de Vinícius Cordeiro e exaltando sua “paciência, correção e proximidade com a base política”. O parlamentar destacou a longa parceria de mais de 25 anos com Cordeiro e defendeu sua presença na Câmara Municipal. “Esse sujeito é correto até a tampa. É uma pena, Vinícius, que você hoje não está lá ainda na Câmara Municipal. Esse prefeito está articulando para você sentar naquela cadeira. E nós vamos conseguir isso”, disse.
Na sequência, o deputado ampliou a análise para o cenário estadual, alertando para o que classificou como “a pior crise” da história recente do Rio de Janeiro.
“A insegurança está explodindo, o estado está quebrado, e a gente pode ter um quadro de instabilidade política muito grave”, afirmou.
Pedro Paulo defendeu que o PSD e outras legendas, como o Cidadania e o PSB, construam um bloco para as eleições de 2026. E apontou o nome de Eduardo Paes como candidato natural ao governo do estado.
“Nós precisamos de uma liderança política capaz de articular, enfrentar a crise fiscal e dar coragem para que bandido olhe e tenha medo do governador. O nosso quadro será o prefeito Eduardo Paes”, declarou.
“Um tremendo vagabundo”, diz Paes sobre Bretas
Ao assumir o microfone, Eduardo Paes seguiu a linha de apoio a Vinícius Cordeiro, ressaltando sua lealdade ao longo das últimas campanhas.
“O Vinícius esteve ao meu lado em todas as eleições, ganhando ou perdendo. Antes mesmo de eu decidir ser candidato em 2020, ele já tinha declarado apoio”, recordou.
Mas o ponto mais forte do discurso foi a crítica contundente a Marcelo Bretas. Paes classificou o ex-juiz como “tremendo vagabundo” e afirmou que sua atuação comprometeu a disputa eleitoral de 2018.
“Bretas foi afastado da magistratura pelo crime que cometeu contra a chapa minha e de Comte. Ele deveria ter perdido a aposentadoria, porque o que fez foi uma vergonha”, disse o prefeito, em tom indignado.
Segundo Paes, a representação apresentada na época demonstrou “por A mais B” a parcialidade do então magistrado.
“Toda a sujeira que fizeram contra mim e contra o Comte (presidente nacional do Cidadania e seu candidato a vice em 2018) está provada. Agora, o resultado aparece com o afastamento dele”, reforçou.
O prefeito defendeu ainda a construção de uma frente ampla para transformar o Rio de Janeiro.
“Os homens e mulheres de bem precisam se unir, ninguém aqui é perfeito, mas temos que encontrar consenso para oferecer uma alternativa clara ao estado. O Rio não pode mais viver sob o peso de crises políticas e econômicas sucessivas”, concluiu.
União política como estratégia
O evento também serviu como espaço para reafirmar a necessidade de articulação entre PSD, Cidadania e PSB. Pedro Paulo e Eduardo Paes enfatizaram que a união será determinante para enfrentar os problemas de violência, crise fiscal e instabilidade política no estado.
Com críticas duras a Bretas e promessas de articulação para 2026, os discursos marcaram a posse de Vinícius Cordeiro como um momento de demonstração de força e de alinhamento político, em que o PSD se coloca como protagonista no processo de reorganização das lideranças do Rio de Janeiro.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/em-clima-de-pre-campanha-paes-e-pedro-paulo-disparam-contra-bretas-em-posse-do-cidadania-no-rio/
