O ex-ministro da Justiça Anderson Torres prestou novo depoimento à Polícia Federal (PF) nessa segunda-feira (14) como parte da investigação sobre as ações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante as eleições de 2022. As operações, realizadas no Nordeste, região majoritariamente de eleitores de Lula, foram criticadas por terem dificultado o deslocamento de eleitores no dia do pleito.
Como informa Bela Megale, em O Globo, Torres culpou subordinados pela implementação das ações, mencionando Alfredo de Souza Lima Coelho Carrijo, Fernando de Sousa Oliveira e Marília Ferreira de Alencar, todos policiais federais que estavam cedidos ao Ministério da Justiça na época.
Torres alegou que as ações foram feitas sem sua autorização ou conhecimento, e negou ter solicitado qualquer alteração no plano de trabalho da PRF ou ter dado permissão para que funcionários da pasta apresentassem à Polícia Federal um novo planejamento com mudanças operacionais.
A defesa de Torres, por meio de nota, afirmou que o ex-ministro esclareceu todas as dúvidas sobre sua conduta durante o segundo turno das eleições e respondeu a todas as perguntas da PF.
O advogado Eumar Novacki ressaltou que Torres não responsabilizou diretamente os subordinados, mas explicou que eles tinham autonomia para planejar as ações. Torres afirmou que rejeitou a proposta de intensificar fiscalizações em regiões com grande disparidade de votos entre Lula e Bolsonaro, apresentada pela diretora de Inteligência da pasta, Marília de Alencar.
Por outro lado, Marília havia declarado anteriormente que a área técnica do Ministério da Justiça foi solicitada pelo próprio ministro para verificar a quantidade de agentes que poderiam ser mobilizados no dia da votação.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/em-depoimento-a-pf-torres-culpa-subordinados-por-bloqueios-de-eleitores-na-regiao-nordeste/
