Em um jantar na última terça-feira (7), os membros da bancada do PT na Câmara dos Deputados, com 68 cadeiras, se reuniram como ministro Alexandre Padilha, responsável pelas Relações Institucionais, para expressar suas preocupações em relação ao núcleo próximo ao presidente Lula.
O jantar ocorreu na residência do deputado Rubens Pereira Júnior (MA), onde os deputados petistas manifestaram várias fontes de insatisfação. Segundo relatos, a falta de coordenação governamental foi o tema central das críticas, enfatizando que o problema vai além da comunicação, liderada por Paulo Pimenta (Secom), e atinge a própria execução do orçamento e as mudanças repentinas de orientações nas votações.
Odair Cunha (MG), líder do PT na Câmara, ressaltou que, apesar da lealdade do partido ao governo, os petistas se sentem preteridos em diversas decisões e alheios às negociações conduzidas com o Centrão.
Essa falta de alinhamento ficou evidente em situações como a votação sobre a saída temporária de presos e a proposta de criação do Mover, onde o PT na Câmara teve visões divergentes da liderança governamental.
Durante o encontro, Padilha reconheceu a descoordenação do governo. O secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto (SP), destacou a recusa do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) em negociar com o articulador do governo, Padilha, apontando uma estratégia de desmonte da articulação política do governo Lula semelhante à usada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Além disso, o secretário-geral da Presidência, Márcio Macêdo, foi alvo de críticas, especialmente do deputado João Daniel (SE), que relatou perseguição pessoal por parte de Macêdo. A organização do esvaziado ato de 1º de Maio em São Paulo, que contou com a presença de Lula, também foi citada como motivo de descontentamento.
Este não é o primeiro encontro entre petistas e ministros do partido para avaliação do cenário político, e novos encontros estão programados. Enquanto isso, na quinta-feira (9), o governo Lula conseguiu costurar acordos no Congresso para evitar a derrubada de vetos presidenciais, embora tenha havido reclamações sobre o descumprimento de acordos por parte do governo.
Esses desafios políticos estão sendo abordados através de uma força-tarefa de ministros e da atuação de figuras influentes do Centrão e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), evidenciando a complexidade da articulação política no atual cenário governamental.
Com informações da Folha de S.Paulo
Fonte: https://agendadopoder.com.br/em-encontro-com-padilha-bancada-do-pt-na-camara-critica-ministros-e-cobra-mudancas-na-articulacao-politica/