
Em mensagens enviadas ao filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu que ele deixasse de lado críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e afirmou estar em diálogo com outros integrantes da Corte. As mensagens constam em relatório da Polícia Federal (PF), que indiciou pai e filho por coação no curso do processo referente à trama golpista de 2022.
No dia 27 de junho, Bolsonaro escreveu a Eduardo: “Esqueça qualquer crítica ao Gilmar. Tenho conversado com alguns (ministros) do STF. Todos ou quase todos demonstram preocupação com sanções”. O período coincidia com alertas do governo dos Estados Unidos sobre possíveis sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, que mais tarde foi alvo da Lei Magnitsky.
Contexto internacional
Na época, o então presidente americano Donald Trump havia anunciado aumento de tarifas sobre produtos brasileiros. Em julho, ele manifestou apoio a Bolsonaro em suas redes sociais, defendendo o ex-presidente e criticando o que chamou de “caça às bruxas” contra ele e seus apoiadores.
Mensagens sobre estratégias e anistia
Segundo a PF, Eduardo Bolsonaro enviou mensagens que indicam que o objetivo do ex-presidente não era uma anistia geral, mas obter impunidade em ações penais relacionadas à tentativa de golpe. Ele escreveu: “Se a anistia light passar, a última ajuda vinda dos EUA terá sido o post do Trump. Eles não irão mais ajudar… Temos que decidir entre ajudar o Brasil, brecar o STF e resgatar a democracia OU enviar o pessoal que esteve num protesto que evoluiu para uma baderna para casa num semiaberto”.
O deputado ainda ressaltou que, sem apoio externo, o ex-presidente poderia enfrentar condenação no final de agosto e recomendou buscar conselhos de outras pessoas sobre o caminho a seguir.
Posicionamento de Eduardo Bolsonaro
Em nota, Eduardo Bolsonaro afirmou que sua atuação nos Estados Unidos não teve como objetivo interferir em processos no Brasil, mas “restabelecer as liberdades individuais”. Ele classificou o indiciamento como “absolutamente delirante” e criticou a PF por tratar como crime conversas privadas entre pai, filho e aliados.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/em-mensagem-bolsonaro-orienta-filho-a-nao-criticar-ministro-do-stf-e-cita-conversas-com-outros-magistrados/