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Durante a assinatura de concessão de um terminal do Porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adotou tom de campanha e desafiou seus futuros adversários na eleição presidencial de 2026. O petista declarou que quem quiser enfrentá-lo precisará ir às ruas disputar votos diretamente com a população.
“A partir de agora, quem quiser disputar comigo tem que ir pra rua, tem que me enfrentar na rua, na porta de fábrica, na porta do estaleiro, na porta da Petrobras, do Banco do Brasil, na rua, conversando com o povo, porque é para isso que eu fui eleito, para melhorar a vida do povo brasileiro”, afirmou Lula.
O evento também foi marcado por críticas diretas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem Lula chamou de “aloprado”. Sem mencionar o nome do adversário político, o petista atribuiu ao ex-mandatário responsabilidade pelas milhares de mortes durante a pandemia de Covid-19, criticando o discurso negacionista e os ataques às vacinas. “Se alguém pensava como o aloprado, que fez um plano para me matar, se alguém pensava que eu ia parar de fazer política por causa da cabeça, se prepare, porque o Lulinha tá melhor aos 79 do que aos 50”, disse.
Lula se referia ao suposto plano “Punhal Verde e Amarelo”, uma conspiração investigada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) que envolveria militares das Forças Especiais do Exército, com apoio do general Walter Braga Netto e a suposta anuência de Bolsonaro.
“Lulinha, você tem 70 anos com saúde de 30”, diz Lula
O presidente também abordou sua recuperação após a queda no banheiro em outubro de 2024, que o afastou de viagens oficiais por alguns meses. Segundo ele, exames recentes confirmaram sua boa condição física. “Ontem, eu fui fazer um check-up, cinco horas e meia dentro do hospital, fiz tudo que um ser humano tem que fazer, exame da cabeça, do coração, tudo. E, quando eu terminei os exames, às 23h30, os médicos falaram: ‘Lulinha, você tem 70 com saúde de 30 e com vontade política de 20′”, afirmou.
Em resposta a críticas sobre a inflação dos alimentos, especialmente a alta nos preços da carne, ovos e café, Lula reafirmou seu compromisso com a redução do custo da alimentação. “A gente quer comer carne, quem gosta, frango, quem gosta, peixe… Por isso eu tenho obsessão de fazer o alimento barato para que vocês possam comprar”, declarou.
O petista também destacou mudanças no mercado de trabalho, ressaltando a importância da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) na melhoria das condições dos trabalhadores. “Muita gente hoje não dá valor à CLT, mas a CLT tirou o povo brasileiro da escravidão. Não tinha jornada de trabalho, não tinha férias, a semana era direto e as crianças trabalhavam a partir de 10 anos de idade”, disse.
O presidente reconheceu que nem todos os trabalhadores desejam o regime celetista, mas defendeu a ampliação da proteção social para trabalhadores autônomos e informais. “Temos que levar em conta uma coisa importante: nem todo mundo quer assinar carteira. Tem gente que quer ser empreendedor. Papel do Estado é ajudar essas pessoas a terem direitos. É bom trabalhar livre, mas quando tem uma desgraça essas pessoas não têm proteção, e nós precisamos garantir proteção”, concluiu.
Com informações do g1
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Fonte: https://agendadopoder.com.br/em-tom-de-comicio-no-rio-lula-chama-bolsonaro-de-aloprado-e-diz-ter-obsessao-por-comida-barata/