Embaixada do Brasil, e não deputado italiano, teria localizado Carla Zambelli e passado endereço à polícia da Itália – Agenda do Poder

Em nova versão do que afirmou o deputado italiano Angelo Bonelli à Globonews, teria sido a embaixada do Brasil em Roma que recebeu uma denúncia sobre o paradeiro de Carla Zambelli (PL-SP) e passou o endereço para as autoridades italianas, que prenderam a deputada nesta terça-feira. A informação é do repórter Bernardo Mello Franco, em O Globo.

Alvo de um mandado de prisão da Interpol, a bolsonarista estava escondida num apartamento nos arredores de Roma.

Entre a denúncia e a captura de Zambelli, passaram-se cerca de quatro horas, afirmou à coluna o embaixador Renato Mosca.

A informação com o paradeiro da parlamentar chegou à embaixada do Brasil por volta das 18h locais (13h em Brasília). Ela foi localizada e presa pouco antes das 22h locais (17h em Brasília).

A embaixada de Roma conta com um adido da Polícia Federal. Ele troca informações com a polícia italiana desde o início de junho, quando a congressista desembarcou no aeroporto de Fiumicino.

No sábado, Zambelli divulgou vídeo em que se disse “exilada política” e agradeceu o apoio do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Para o embaixador brasileiro, a gravação encurtou o caminho para a prisão.

“Ela se expôs, e isso certamente facilitou na identificação do local onde estava escondida”, afirma Renato Mosca.
“Recebemos a denúncia no fim da tarde e passamos o endereço à polícia italiana, que executou o mandado de prisão. Foi mais rápido do que eu imaginava”, acrescenta.

Zambelli foi levada a uma delegacia, e agora a Justiça italiana tem 48 horas para decidir se ela fica presa ou passa a ser monitorada em liberdade até o julgamento do pedido de extradição.

Na semana passada, Flávio Bolsonaro pediu ao governo da primeira-ministra Giorgia Meloni, de extrema direita, que a deputada seja considerada uma “perseguida política”.

Apesar do apelo do senador, o embaixador brasileiro diz confiar na extradição da parlamentar.

“Continuo com a convicção de que a Justiça italiana acatará o pedido de extradição feito pelo Brasil, em nome das boas relações entre os nossos países”, afirma.

O Supremo Tribunal Federal condenou Zambelli a dez anos de prisão por ter ordenado a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023. A Corte também decretou a perda do mandato parlamentar, mas a Câmara ainda não validou a decisão.