O governo de Luiz Inácio Lula da Silva convocou embaixadores estrangeiros em Brasília para os atos que ocorrerão no Palácio do Planalto, em memória dos ataques de 8 de janeiro, quando golpistas invadiram os edifícios dos três poderes. Segundo fontes da presidência ouvidas por Jamil Chade, do UOL, os diplomatas de diferentes países estarão presentes no Salão Nobre do Planalto nesta quarta-feira.
Um dos principais objetivos do convite é reafirmar o compromisso do Brasil com a democracia, enfatizando a recusa em considerar uma anistia aos envolvidos nos atos e destacando que as instituições funcionaram na proteção do estado de direito. Em 2023, o governo recebeu apoio internacional diante dos ataques, com uma reação coordenada de vários países que condenaram os eventos e defenderam a democracia brasileira.
Trump promete perdoar invasores do Capitólio
No entanto, com a recente vitória de Donald Trump nos Estados Unidos e a ascensão da extrema direita que tenta minimizar os ataques, há preocupações sobre o apagamento do significado desses eventos. Nos EUA, Trump promete agir rapidamente para perdoar os mais de mil condenados pelos atos de 2021 contra o Capitólio, enquanto aliados ao bolsonarismo no Brasil pressionam por uma anistia.
Para os diplomatas, lembrar o 8 de janeiro vai além de uma “obrigação brasileira”. Durante a campanha eleitoral de 2022, ativistas de direitos humanos e defensores da democracia percorreram várias capitais em busca de apoio contra um possível golpe. O governo Biden, por sua vez, enviou um aviso claro aos bolsonaristas e militares de que os EUA não apoiariam uma ruptura democrática no Brasil.
Apesar do respaldo internacional, a diplomacia de Lula trabalhou para evitar que o 8 de janeiro fosse visto como uma evidência da incapacidade do Brasil de responder a crises. Por isso, o governo aceitou uma reunião de emergência na OEA, mas rejeitou a aprovação de uma resolução, utilizando o encontro para reafirmar a solidez da democracia brasileira e que os responsáveis pelos atos enfrentarão as consequências legais.
Com o apoio de países como Chile, Colômbia, EUA e Canadá, o encontro visava enfrentar a crise no Brasil. Após quatro anos de isolamento sob a diplomacia de Jair Bolsonaro, Lula espera reiniciar uma nova fase nas relações internacionais, mas teme que a classificação do Brasil como um “país problema” comprometa a credibilidade do país e seus planos de protagonismo nas questões internacionais.
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Fonte: https://agendadopoder.com.br/embaixadores-sao-convidados-para-atos-no-planalto-em-memoria-aos-ataques-de-8-de-janeiro/